Jornalista do Piauí é detido pela polícia ao fazer reportagem em hospital
  • 11.05
  • 2022
  • 18:35
  • Abraji

Liberdade de expressão

Jornalista do Piauí é detido pela polícia ao fazer reportagem em hospital

O jornalista Efrém Ribeiro, da TV Piauí, foi detido na primeira hora de domingo (8.mai.2022) pela Polícia Militar, enquanto tentava apurar uma denúncia de que o Hospital Regional Manoel de Sousa Santos, de Bom Jesus, a 640 km de Teresina, não tinha médicos nem suprimentos suficientes para atender à demanda. 

Enquanto o repórter estava gravando imagens na entrada do hospital, a polícia foi chamada e acabou levando o jornalista em uma viatura para a delegacia, interrompendo seu trabalho. Efrém Ribeiro não ficou preso, nem foi feito nenhum tipo de ocorrência, uma vez que, segundo ele, na delegacia, a autoridade policial afirmou não se tratar de um caso de polícia, mas de um problema da área cível. 

Efrém Ribeiro é um reconhecido jornalista no Piauí, tendo passado por diversos veículos e feito coberturas locais para a imprensa nacional. De acordo com ele, a polícia foi chamada no intuito de interromper sua apuração. O jornalista afirmou que funcionários do hospital instigaram os pacientes a chamar a polícia devido à gravação.

Em nota, a diretora do hospital, Maria Daguia, negou que tenha acionado a polícia. De acordo com ela, foi o motorista de uma ambulância que teria se incomodado com a filmagem de uma criança sem autorização. O motorista teria chamado os policiais, que decidiram, por conta própria, levar o jornalista detido, ainda que ele tenha prestado todos os esclarecimentos no local.

O hospital destacou que as denúncias seriam infundadas e fruto do período eleitoral. Efrém Ribeiro, no entanto, relatou que o local estava sem médico plantonista no momento em que ele fazia a cobertura. O repórter checava a denúncia recebida pelo Ministério Público de mau atendimento pelo hospital.

O Sindicato dos Jornalistas do Piauí e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) divulgaram nota conjunta em repúdio ao episódio, considerando a detenção “arbitrária e truculenta”.
 

Assinatura Abraji