• 13.04
  • 2011
  • 12:59
  • -

Jornalista do New York Times mostra como unir bancos de dados a jornalismo

Aron Pilhofer coordena um time de 21 jornalistas do New York Times. Fugindo do senso comum, eles não sentam para discutir como vão diagramar uma página - ao menos não uma de jornal. Ele é diretor de interatividade do periódico nova-iorquino e vem ao 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo para participar do painel “Data-driven journalism: o futuro dos bancos de dados na internet”, uma exposição sobre essa forma não tradicional de fazer jornalismo.

Ao invés de pensar maneiras de se reportar uma história somente através de palavras, a equipe elabora mecanismos de contá-la conciliando dados e ferramentas da web. “Nossa forma de contar uma história não é tradicional, mas a forma como planejamos e executamos é”, diz. Essa maneira não tradicional envolve programar mapas, fotos, nuvens de palavras, tabelas, discursos, pesquisas e números para que bancos de dados se tornem interativos  e deixem diversos assuntos mais compreensíveis para o leitor “Nós não somos somente uma equipe de tecnologia; nós somos jornalistas, e temos uma abordagem jornalística da reportagem on-line”, explica o jornalista, que ainda brinca: “pelo menos é isso que eu conto para a minha mãe”.

Para Pilhofer, a maior utilização dos bancos de dados no jornalismo virá com o esforço de convencimento dos próprios chefes de redação. No entanto, afirma que o Brasil tem uma pequena desvantagem: a falta de acesso a informação. “Estamos vendo uma explosão de interesse no data-driven journalism no Reino Unido que começou após a renovação suas leis de acesso a informação. Isso não é uma coincidência”, afirma o editor.

O problema, em sua opinião, é continuarmos tentando utilizar as velhas formas do jornalismo em novas plataformas. “Isso simplesmente não irá funcionar”, defende, uma vez que afirma ter certeza que daqui para frente ele será majoritariamente on-line. Pilhofer vê o data-driven journalism como elemento crucial nessa nova etapa e afirma: “Nós só estamos começando a ver suas possibilidades”.

 

Alguns trabalhos de interatividade do NYT:

Fotos interativas do Japão antes e depois da catástrofe

Discursos de todos os presidentes dos EUA

Evolução da tocha olímpica

Opinião dos estadunidenses sobre a economia em 2008

Desempenho de filmes nas bilheterias de 1986 a 2008

 

6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo
Quando: 30 de junho a 2 de julho de 2011
Onde: São Paulo - Universidade Anhembi Morumbi - campus Vila Olímpia - unidade 7 (Rua Casa do Ator, 275)
Inscrições: http://bit.ly/6congresso 

 

Assinatura Abraji