- 18.01
- 2019
- 17:53
- Cristina Zahar
Liberdade de expressão
Jornalista da Énois é revistado pela PM a caminho de manifestação em SP
O jornalista João de Mari, que trabalha na agência de jornalismo Énois, foi abordado em 16.jan.2019 pela Polícia Militar na Avenida Consolação, no centro de São Paulo, sem motivo aparente. O jornalista se dirigia ao ato organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo, acompanhado de dois amigos. Ele não estava a trabalho.
De Mari, que vestia uma camiseta laranja e carregava uma ecobag com a marca da Abraji, relatou que, ao passar diante de policiais, ouviu um deles dizer: "Ô de laranja, volta aqui." Como não atendeu ao chamado, o policial foi atrás dele, segurou seu braço e disse que iria revistá-lo. "Você é jornalista? Trabalha na Abraji?", perguntou o PM.
Segundo De Mari, que entregou documento de identificação e teve duas sacolas levadas por outro policial para serem revistadas, o PM que o abordou disse que, como jornalista não precisa de diploma, qualquer um pode se dizer jornalista. "Também tenho MTb", afirmou o policial. Ele também perguntou onde De Mari trabalhava e ao saber que era na Énois afirmou saber onde ficava a sede da plataforma, no bairro do Bom Retiro, no centro da capital paulista, a duas quadras do Comando Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
"Ele ficou zombando da profissão de jornalista. Me senti muito intimidado", disse De Mari, que recuperou suas coisas ao final da revista. Ele afirmou ainda ter sido abordado somente pelo fato de ser jornalista, já que seus amigos não foram incomodados.
No mesmo dia, o fotógrafo Daniel Arroyo, da Ponte Jornalismo, foi ferido por um disparo de bala de borracha efetuado por um PM na Avenida Paulista, antes mesmo da saída do protesto. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo abriu inquérito para esclarecer o caso e identificar os responsáveis.