- 12.05
- 2005
- 13:42
- MarceloSoares
Jornalista ameaçado de morte em Ilhabela
O jornalista Fernando de Santis, que trabalha em Ilhabela, litoral de Estado de São Paulo, foi ameaçado de morte em abril. Ele recebeu dois telefonemas anônimos, um no dia 9 e outro no dia 13, incluindo ameaças ao seu filho, que tem um ano e três meses de idade.
Santis escreveu, a partir de 2003, diversas reportagens sobre irregularidades na Prefeitura da cidade. Suas investigações incluíram denúncias sobre ocupação irregular sob terra de proteção ambiental e construção ilegal de casas populares. O jornalista afirma que sofreu censura e já foi demitido de dois empregos, nos jornais Imprensa Livre e Correio do Litoral.
“Não tenho como comprovar qualquer ligação entre as ameaças e a Prefeitura, mas é fato que comecei a ser perseguido depois que as primeiras matérias saíram na imprensa”, resume Santis. Hoje, o repórter diz que quase não consegue publicar notícias de denúncia na imprensa local e que vive de freelancers. Seus artigos saem em periódicos como a Tribuna de Ilhabela e o Jornal da Ilha.
Santis procurou o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que informa que uma denúncia sobre a perseguição ao jornalista já foi encaminhada para a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Em 4 de maio, Santis recebeu um telefonema do delegado de Ilhabela, que buscava mais informações sobre o caso. O jornalista acrescenta que não se sente seguro e pretende mudar de cidade assim que conseguir um novo emprego.
É a segunda denúncia em menos de dois meses contra o prefeito Marcos de Jesus Ferreira. Em abril, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem afirmando que uma imobiliária, do qual ele é sócio, teria mandando recolher exemplares do jornal das bancas da ilha, a fim de evitar a divulgação de informações que comprometiam sua administração – leia Imobiliárias de Ilhabela recolhem jornal com matéria polêmica. A prefeitura se limita a comentar, por meio de sua assessoria, que “não há nenhuma prova” contra Ferreira.
Em 5 de maio, a Justiça Eleitoral decidiu pela cassação do prefeito, que pode ficar inelegível pelos próximos três anos. Ainda cabe recurso.
Ações recomendadas:
Escrever ao Ministério Público do Estado de São Paulo pedindo investigação sobre o caso, que ameaça a liberdade de imprensa e de informação no País.
E-mail:[email protected]
Fax: 00 55 11 3119-9028
Escrever para a secretaria de segurança pública de São Paulo exigindo proteção do jornalista ameaçado.
E-mail: [email protected]
A Abraji, em parceria com o Instituto Prensa y Sociedad, mantém um projeto que divulga alertas sobre atentados a liberdade de imprensa no Brasil. Os textos produzidos são divulgados para o mundo inteiro através da rede IFEX – International Freedom of Expression Exchange.
Caso você saiba de alguma agressão à liberdade de imprensa, envie um email para [email protected]. Todos os alertas são checados antes da publicação.
Santis escreveu, a partir de 2003, diversas reportagens sobre irregularidades na Prefeitura da cidade. Suas investigações incluíram denúncias sobre ocupação irregular sob terra de proteção ambiental e construção ilegal de casas populares. O jornalista afirma que sofreu censura e já foi demitido de dois empregos, nos jornais Imprensa Livre e Correio do Litoral.
“Não tenho como comprovar qualquer ligação entre as ameaças e a Prefeitura, mas é fato que comecei a ser perseguido depois que as primeiras matérias saíram na imprensa”, resume Santis. Hoje, o repórter diz que quase não consegue publicar notícias de denúncia na imprensa local e que vive de freelancers. Seus artigos saem em periódicos como a Tribuna de Ilhabela e o Jornal da Ilha.
Santis procurou o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que informa que uma denúncia sobre a perseguição ao jornalista já foi encaminhada para a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Em 4 de maio, Santis recebeu um telefonema do delegado de Ilhabela, que buscava mais informações sobre o caso. O jornalista acrescenta que não se sente seguro e pretende mudar de cidade assim que conseguir um novo emprego.
É a segunda denúncia em menos de dois meses contra o prefeito Marcos de Jesus Ferreira. Em abril, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem afirmando que uma imobiliária, do qual ele é sócio, teria mandando recolher exemplares do jornal das bancas da ilha, a fim de evitar a divulgação de informações que comprometiam sua administração – leia Imobiliárias de Ilhabela recolhem jornal com matéria polêmica. A prefeitura se limita a comentar, por meio de sua assessoria, que “não há nenhuma prova” contra Ferreira.
Em 5 de maio, a Justiça Eleitoral decidiu pela cassação do prefeito, que pode ficar inelegível pelos próximos três anos. Ainda cabe recurso.
Ações recomendadas:
Escrever ao Ministério Público do Estado de São Paulo pedindo investigação sobre o caso, que ameaça a liberdade de imprensa e de informação no País.
E-mail:[email protected]
Fax: 00 55 11 3119-9028
Escrever para a secretaria de segurança pública de São Paulo exigindo proteção do jornalista ameaçado.
E-mail: [email protected]
A Abraji, em parceria com o Instituto Prensa y Sociedad, mantém um projeto que divulga alertas sobre atentados a liberdade de imprensa no Brasil. Os textos produzidos são divulgados para o mundo inteiro através da rede IFEX – International Freedom of Expression Exchange.
Caso você saiba de alguma agressão à liberdade de imprensa, envie um email para [email protected]. Todos os alertas são checados antes da publicação.