- 28.11
- 2012
- 09:32
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Jornalismo Investigativo: uma definição coletiva 10 anos depois
A Abraji comemora os dez anos de sua fundação com um seminário internacional em São Paulo no próximo dia 10 de dezembro. O evento será realizado na ECA-USP e celebrará uma década de trabalho da Associação em prol do jornalismo investigativo.
Mas a mesma Abraji chega a 2012 ainda se perguntando: o que é “jornalismo investigativo”.
Como parte das comemorações da primeira década de trabalho, a Abraji convida todos os jornalistas a mandarem sua contribuição.
As definições podem ser enviadas por e-mail para a lista restrita a associados ou também pela página da Abraji no Facebook. A ideia é que haja um debate para que se chegue (ou não) a uma definição contemporânea e brasileira do significado desta expressão já consagrada em países de língua inglesa ou espanhola.
Alguns colegas da Abraji já declararam o que significa, para si, “jornalismo investigativo”:
Thiago Herdy: Jornalismo investigativo é bom jornalismo. Pode ser praticado em uma matéria sobre um acidente de carro ou o roubo do ministro. É melhor executado quando alia observação aguçada, determinação, dedicação (seja cinco horas ou dois meses) e fontes certas. Não pode cometer injustiça.
Angelina Nunes: Jornalismo investigativo é todo trabalho de jornalista que não se limita ao release, ao declaratório. O que o repórter deve fazer é cruzar dados, fuçar orçamento, ler editais, destrinchar leis, ouvir mais personagens, buscar as informações escondidas nas estatísticas. Uma boa matéria dá trabalho, requer tempo, algum dinheiro e capacitação.
Fernando Rodrigues: O termo jornalismo investigativo deriva de seu congênere em inglês, “investigative journalism”. Nos países de língua inglesa muitos também consideram essa designação um pleonasmo. Ainda assim, o investigative journalism consolidou-se no mundo todo como sinônimo de bom jornalismo, de reportagens profundas, alentadas, que procuram esgotar um determinado assunto.
José Roberto de Toledo: É mais fácil definir jornalismo investigativo pelo que ele não é: não é entrevista quebra-queixo, resumo de release, declaração de autoridade, curadoria de noticiário alheio. Investigar é procurar informações inéditas e socialmente relevantes, contextualizá-las no tempo e no conjunto de outras informações e contar uma boa história. Não precisa ser apenas sobre corrupção, não precisa mandar ninguém para a cadeia nem derrubar ministro.
E para você? O que é jornalismo investigativo?
O resultado desse debate será apresentado durante a celebração dos 10 anos da Abraji. O seminário internacional será realizada no dia 10 de dezembro de 2012, das 9h30 às 12h30, no Auditório Freitas Nobre (Departamento de Jornalismo e Editoração – Escola de Comunicações e Artes da USP, Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária).
Estão confirmadas as presenças de diretores e ex-diretores da Associação, assim como do professor Rosental Calmon Alves, radicado no Texas e que viaja a São Paulo para a comemoração. A entrada é livre.