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Incentivo para investigar sobre Megaprojectos

Publicado no Notícias Online em 13 de fevereiro de 2014

O director da Associação Brasileira do Jornalismo Investigativo (ABRAJI), Paulo Oliveira, disse ser imperativo que os jornalistas moçambicanos estejam atentos a investigação das actividades desenvolvidas pelos megaprojectos que se instalam em Moçambique.

Na sua óptica, o impacto dos megaprojectos pode ser positivo ou negativo para o país onde se estabelecem.

Oliveira fez este pronunciamento numa palestra subordinada ao tema “os Mídia e a Indústria Extractiva”, realizada recentemente na cidade de Nacala-Porto e que contou com a participação dos profissionais do jornalismo baseados na província de Nampula.

Aquele profissional do jornalismo investigativo de um dos países com mais megaprojectos na América do Sul, fez esta chamada de atenção aos jornalistas nacionais em virtude de ele próprio ter conhecimento e experiência das consequências nefastas para a sociedade, resultantes da implementação dos megaprojectos.

“A questão que a gente sabe é que qualquer megaprojecto pode resultar em desenvolvimento para os países, como pode provocar também danos. O que temos que estar atentos são as consequências desses projectos. Se forem danos quais são os planos para mitigá-los e de que forma esses megaprojectos podem ajudar para o desenvolvimento de um país, como Moçambique por exemplo. Então, esse é um foco relevante que os jornalistas moçambicanos têm que ficar atentos”, salientou Oliveira.

Porém, disse que é verdade que há problemas estruturais para os profissionais da comunicação social moçambicanos para recolherem material informativo ou de investigação jornalística sobre as actividades desenvolvidas pelos megaprojectos existentes no país, em virtude de a maior parte das empresas sobretudo ligadas à exploração de recursos naturais, não manterem os seus escritórios ou correspondentes de informação nas áreas onde operam.

Sendo, assim, na percepção do palestrante, seria melhor ou muito importante que as maiores empresas tivessem os seus escritórios nas áreas de actuação, vissem as consequências para o povo nelas residentes e tivessem uma cobertura jornalística permanente das actividades que desenvolvem.

Todavia, o director da Associação Brasileira do Jornalismo Investigativo anotou que “essas grandes empresas não são diabólicas e nem são boazinhas. Elas provocam progresso, produzem riquezas, produzem igualmente postos de emprego. Mas precisam de ser efectivamente fiscalizadas, e não há ninguém melhor posicionado que possa fazer essa fiscalização senão a imprensa, neste caso a imprensa moçambicana”.

Toda a explanação de Paulo Oliveira foi feita depois de todos os profissionais da comunicação social participantes do encontro, terem levantado várias questões relativas na sua maioria às vantagens e desvantagens dos megaprojectos para um país, neste caso Moçambique que conheceu nos últimos tempos a instalação de muitos.

De referir que a palestra que visava promover o debate entre os jornalistas participantes locais e o director da Associação Brasileira do Jornalismo Investigativo, foi promovida pela IREX, onde Paulo Oliveira é actualmente consultor na área de desenvolvimento económico. IREX é uma organização não-governamental que está a implementar um programa para o fortalecimento da mídia em Moçambique.

Assinatura Abraji