IFJ divulga relatório sobre mortes de jornalistas em 2018
  • 12.02
  • 2019
  • 13:30
  • Natália Silva

Liberdade de expressão

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IFJ divulga relatório sobre mortes de jornalistas em 2018

O relatório “In the Shadow of violence: journalists and media killed in 2018” (Na sombra da violência: jornalistas e profissionais de mídia mortos em 2018, em tradução livre), da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês), divulgado em 07.fev.2019, detalha as 95 mortes de profissionais de mídia de 2018. 

O IFJ avalia que o aumento no número de mortes - 13 a mais do que em 2017 - pode ser explicado pela crescente polarização política, pela ascensão de líderes populistas e pela estigmatização de jornalistas por políticos como inimigos. 

A região do planeta mais perigosa para jornalistas, segundo o relatório, é o sul asiático, composto por Paquistão, Índia, Afeganistão, Filipinas e Bangladesh. Das 95 mortes registradas em 2018, 32 aconteceram nesses países. O recordista é o Afeganistão:16 profissionais de mídia perderam as vidas em ataques a bomba e tiroteios.

Na América, o recordista é o México, com 11 das 22 mortes da região. O relatório destaca que mais jornalistas morreram no México do que em países em conflito com Síria, Iêmen e Iraque. “O número de mortos em 2018, bem acima dos 16 registrados no ano passado, é alarmante para jornalistas que arriscam suas vidas ao exercer a liberdade de expressão e o direito à informação”, pontua a IFJ.

As mortes dos radialistas brasileiros Jefferson Pureza Lopes, Jairo Sousa e Marlon de Carvalho Araújo foram citadas no relatório. Todos foram mortos a tiros em janeiro, junho e agosto, respectivamente. A morte de Jefferson Pureza foi o primeiro caso a ser investigado pelo Programa Tim Lopes, da Abraji

Recomendações

Ao final do relatório, a IFJ incluiu uma lista com seis recomendações de segurança para profissionais e veículos de mídia, seguindo o Código Internacional de Conduta Segura do Jornalismo:

  • Jornalistas e outros profissionais de comunicação devem estar devidamente equipados para todas as tarefas, incluindo o fornecimento de materiais de primeiros socorros, ferramentas de comunicação, meios de transporte adequados e, quando necessário, roupas de proteção;
  • As organizações de mídia e, quando apropriado, as autoridades governamentaisdevem fornecer treinamento de conscientização de risco a essas organizações e a profissionais de mídia que podem se envolver em situações de perigo;
  • As autoridades públicas devem informar seus funcionários da necessidade de respeitar os direitos dos jornalistas e instruí-los a respeitar a integridade física dos jornalistas e de suas equipesdurante o exercício de seu trabalho;
  • As organizações de mídia devem fornecer proteção aos envolvidos em atividades jornalísticas fora do local de trabalho, incluindo seguro de vida;
  • As organizações de mídia fornecerão, gratuitamente, assistência médica, incluindo os custos de recuperação e convalescença, para jornalistas e trabalhadores da mídia vítimas de lesões ou doenças resultantes de seu trabalho.
  • Organizações de mídia devem proteger jornalistas freelancers. Estes devem receber, em igualdade de condições, a mesma proteção e acesso a formação e equipamento disponibilizado aos empregados formais. 

Para informações mais detalhadas sobre o levantamento do IFJ, acesso o relatório completo.

Assinatura Abraji