
- 14.10
- 2025
- 09:40
- Samara Meneses
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Homenageada no Prêmio Herzog, Dorrit Harazim tem sua história contada no projeto Inspiração Abraji
Como uma forma de inspirar e despertar a curiosidade de estudantes e jovens jornalistas, a Abraji desenvolveu o projeto “Inspiração Abraji”, com entrevistas, relatos e muitas histórias de mestres do jornalismo brasileiro. Uma dessas histórias é a da jornalista e correspondente internacional Dorrit Harazim, que será homenageada pelo Prêmio Vladimir Herzog na edição deste ano.
No perfil preparado por Elvira Lobato e Maiá Menezes, o leitor acompanha a trajetória de Dorrit, desde seu nascimento em Zagreb, na antiga Iugoslávia (atual Croácia), e a vinda ao Brasil, aos cinco anos, com a família em um navio de refugiados da Segunda Guerra Mundial. Aos 17 anos, ela retornou à Europa para estudar línguas na Universidade de Heidelberg, na Alemanha, e concluiu seus estudos na Sorbonne, em Paris.
Seu vasto conhecimento em idiomas a levou para a escrita e, posteriormente, para o jornalismo. Dorrit encarou o desafio de cobrir conflitos e crises internacionais. Cobriu a guerra no Camboja, extensão do conflito do Vietnã; foi a Bonn investigar o acordo nuclear Brasil-Alemanha (1977); cobriu o escândalo Watergate (1975) e o apartheid na África do Sul. Em 1973, foi uma das primeiras mulheres a viajar sozinha por países árabes, cobrindo a crise do petróleo. Durante cinco semanas no Oriente Médio, esteve em Dubai, Abu Dhabi, Qatar, Bahrein, Kuwait e Sharjah.
Conheça o projeto Inspiração Abraji
Ao longo de mais de 50 anos de carreira, a jornalista também cobriu dez Olimpíadas. Em 2012, produziu um perfil detalhado da atleta Fabiana Murer, com precisão e pesquisa aprofundada, indo além do básico para revelar o significado daquele esporte para a atleta. Em parte da entrevista, Dorrit afirma: “Você não pode entrevistar alguém sem saber muito sobre o assunto, porque, inclusive, é descortês, deselegante e ineficiente chegar sem saber mais do que o entrevistado pensa que você sabe”.
Dorrit esteve presente em eventos históricos, como o casamento do príncipe Charles com Diana Spencer e o ataque às Torres Gêmeas. Além disso, ao voltar ao Brasil sempre se dedicou a contar histórias de pessoas anônimas, indo ouvi-las nas periferias, nas ruas, nos cárceres e no interior do país. Para retratar o universo das mulheres presas, por exemplo, Dorrit passou uma semana no presídio feminino Talavera Bruce, no Rio de Janeiro, dormindo nas celas e comendo a mesma comida servida às detentas.
A jornalista reforça, ao longo de sua trajetória, sua visão sobre o jornalismo: “Jornalismo é apurar o que você não sabe e retratar da forma mais próxima da verdade aquilo que foi capaz de apurar. Nunca chegará a 100% da verdade. Há um limite, que está se tornando cada vez mais difícil”.
O perfil completo de Dorrit Harazim e o projeto Inspiração Abraji podem ser acessados clicando neste link. A primeira etapa desta jornada contempla outros grandes mestres do jornalismo: José Hamilton Ribeiro, Joel Silveira e Rosental Calmon Alves.
*Foto: Renato Parada