- 29.01
- 2007
- 14:25
- Belisa Figueiró
Gushiken pede investigação de jornalistas à PF
O ex-secretário de Comunicação do governo Luiz Gushiken enviou no dia 25 de janeiro ao delegado Paulo Lacerda, da Polícia Federal (PF), um pedido de investigação de jornalistas. Na solicitação, ele afirma que uma “suposta operação estaria em curso, e envolveria escutas ilegais e divulgação de informações falsas”, com a finalidade de atingir a honorabilidade da sua pessoa. “As referidas matérias induziram os leitores a uma falsa idéia sobre o meu patrimônio e sua origem”, disse. De acordo com o agente da PF, Bruno Craesmeyer, o pedido está sendo analisado e será anexado às investigações que já estavam ocorrendo sobre o caso da Kroll.
Uma cópia do e-mail também foi enviada para o jornalista Paulo Henrique Amorim, que divulgou a notícia no seu blog. No texto, Leonardo Attuch, repórter da revista IstoÉ, é acusado pelo ex-secretário de receber suborno do grupo Opportunity, de Daniel Dantas, “para que publique matérias de conteúdo falso e altamente ofensivo”. O jornalista considera a atitude de Gushiken absurda e abusiva.
“É apenas uma forma tosca e arbitrária de intimidação. Na verdade, o ex-ministro age preventivamente, com receio de alguma reportagem que possa vir a revelar fatos que o desagradem.” O advogado do jornalista, José Roberto Batochio, ex-presidente da OAB, está estudando o caso e vai entrar com um processo na justiça.
Diogo Mainardi e Lauro Jardim, da revista Veja, também estão na lista que o ex-secretário enviou à PF para serem investigados.
Durante a gestão do ex-secretário, ele ficou encarregado de lidar com agências de publicidade e comandar a ação dos fundos de pensão do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gushiken foi acusado pelo Ministério Público de desviar vultosas quantias do Fundo de Investimento VISANET, constituído com recursos do Banco do Brasil S/A, junto com o ex-Diretor de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, entre 2003 e 2004.
No escândalo do mensalão, Gushiken foi um dos 40 denunciados no envolvimento do esquema. O ex-secretário também teria relações estreitas com a Telecom Itália, empresa investigada pela Kroll, a pedido de Daniel Dantas.