• 06.07
  • 2011
  • 16:02
  • A Crítica

Futuro do Jornalismo é discutido em Congresso Internacional


A aridez onde nascem e crescem os cactos, de um lugar do Texas (EUA) e a abundância da floresta amazônica foram utilizadas como alegorias para representar as tensões provocadas entre os ecossistemas industrial e digital da informação em todo o mundo. O jornalista e professor de Jornalismo Rosental Calmon Alves, 59, homenageado pelos participantes do 6º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, usou duas fotografias (a do cacto e a da floresta da Amazônia) para tratar do futuro do jornalismo. 

Parte da exposição feita por tuites, onde apresentou as diferenças entre os dois ecossistemas. O industrial caracterizado pela escassez de informação, por canais com altas barreiras de entrada, altos custos de produção e tendência monopolista; e o digital pela abundância de informação, de canais, baixas barreiras de entrada, de custos de produção, com maior concorrência, comunicação horizontal e multidirecional. 

O pesquisador lembrou aos participantes do Congresso da Abraji que a revolução digital “impõe mudanças profundas mais radicais”. “Ela é transformadora, faz uma ruptura de modelos de negócio, de narrativa, de relacionamento com o público e fontes”. Rosental faz parte da corrente dos que consideram que as redes sociais mudaram o mundo e “é por isso que não dá mais para fazer jornalismo do mesmo jeito”. 

O professor citou um quadro crítico de demissões de jornalistas de jornais impressos e de televisões nos EUA que já somam mais de 21 mil vagas perdidas. “Mas, o momento é de encontrar saída, o jornalismo investigativo tende a florescer no ecossistema midiático”, disse. 

A cada congresso a Associação Brasileira de Jornalismo Científico homenageia um jornalista. O agraciado deste ano, Rosental Calmon Alves, é o idealizador e organizador do Simpósio Internacional de Jornalismo On-line (ISOJ, na sigla em inglês). Criada em 1999, todos os anos a conferência atrai jornalistas, empresários de mídia e acadêmicos a Austin.

De acordo com informações da Abraji, em 2002, com um financiamento de US$ 2 milhões da Knight Foundation, o professor Rosental criou o Knight Center for Journalism in the Americas, hoje uma das entidades que ajuda profissionais dessa região a elevar a qualidade do jornalismo em seus países.

Umas das principais atividades do centro é um programa inovador de ensino à distância com cursos ministrados em inglês, espanhol e português. 

O centro ajudou a criar uma nova geração de organizações de jornalismo independentes e autossuficiente na América Latina. No Brasil, o apoio do Knight Center culminou com a criação da Abraji.

Assinatura Abraji