• 31.01
  • 2017
  • 17:10
  • Tiago Aguiar

Fotógrafo é levado para a delegacia e tem seu trabalho obstruído

O fotojornalista freelancer Léo Pinheiro foi impedido de realizar o seu trabalho hoje pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo. Pinheiro foi levado ao 3º Distrito Policial, de Santa Ifigênia, sob alegação de “obstrução à ação policial” por fotografar ação de três agentes no centro de São Paulo. 

O profissional relatou ter reconhecido uma mulher, com quem havia cruzado minutos antes, ser abordada em frente ao Teatro Municipal. Ao se posicionar a uma distância de aproximadamente dois metros dos guardas para fotografar, foi abordado de forma ríspida e ameaçado de prisão.

“Me identifiquei como jornalista, mostrando meus documentos”, contou. Mesmo após declarar que sabia dos seus direitos, o fotógrafo foi conduzido à delegacia. Ele contou ter sido coagido pelos guardas e ter se sentido intimidado com a chegada de mais guardas.

A ARFOC (Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo) foi acionada e, após pressão da entidade, os guardas civis mudaram sua versão, alegando que Léo Pinheiro foi conduzido como testemunha. O profissional foi orientado pelo delegado a aceitar a condição e foi liberado.

Pinheiro acredita que a repressão foi uma forma de impedir que a ação da GCM fosse publicizada. Disse também que estuda fazer um boletim de ocorrência, mas que espera orientação jurídica da ARFOC.

Em nota, a Secretaria de Segurança Urbana informa que houve uma ocorrência de furto, na qual a suspeita começou a se despir no local. A Guarda Civil observou uma pessoa que estava fotografando a cena e teria pedido para que fosse testemunha no caso. Foi conduzido normalmente e, na delegacia, liberado pelo delegado de plantão. Se o jornalista sofreu algum procedimento irregular, deve procurar a Corregedoria da GCM, que está à disposição para receber qualquer notificação e apta a dotar as providências que forem necessárias.
Assinatura Abraji