- 17.01
- 2019
- 11:30
- Abraji
Liberdade de expressão
Fotógrafo da Ponte é ferido com bala de borracha disparada por PM durante manifestação em SP
O fotógrafo Daniel Arroyo, da Ponte Jornalismo, foi atingido no joelho direito por um disparo de bala de borracha desferido por um policial militar, enquanto cobria a manifestação convocada em 16.jan.2019 pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo.
Arroyo foi alvejado antes do início do protesto, quando os manifestantes se concentravam na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista, região central da capital paulista. Enquanto negociavam com a polícia o trajeto do ato e iniciavam um jogral sobre suas reivindicações, PMs investiram sobre o grupo e arrastaram um rapaz para averiguação. Colegas dele tentaram impedir e começou a confusão.
“Um PM à queima-roupa deu um tiro de bala de borracha em um manifestante, depois deu um segundo tiro. No que deu o segundo tiro, me acertou. Eu estava a 3 metros dele”, conta Arroyo. Pelos procedimentos de segurança da corporação, o tiro não poderia ter sido disparado a menos de 20 metros, conforme documento obtido pela Ponte.
Arroyo chegou a pedir ajuda aos policiais. “Comandante, desculpa incomodar vocês, mas fui baleado com bala de borracha”, disse. Um vídeo gravado por ele registra a reação dos PMs, que não prestaram socorro ao profissional da Ponte. O fotógrafo foi sozinho a ao pronto-socorro do Hospital São Camilo, no Ipiranga, na zona sul da cidade, onde foi medicado. Ele passa bem.
O repórter da Ponte Arthur Stabile relatou que o clima estava tenso, especialmente contra os jornalistas. Em vídeos gravados pela Ponte Jornalismo, PMs da Companhia de Ações Especiais (Caep) avançaram de escudo contra os repórteres, além de lançar uma bomba de gás contra um grupo que acompanhava uma abordagem.
A Abraji condena o incidente com o fotógrafo Daniel Arroyo e cobra das autoridades a imediata identificação e punição dos responsáveis. Toda vez que um profissional da imprensa é agredido e impedido de realizar seu trabalho, o direito à informação do público é restringido e a democracia perde.
Diretoria da Abraji, 17 de janeiro de 2019.