Favela do Moinho: Abraji questiona governo de SP sobre cerceamento a jornalistas

A Abraji informa que acionou o governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, por meio de ofício, para repudiar e cobrar providências sobre denúncias de cerceamento da liberdade de imprensa durante a cobertura da desocupação da Favela do Moinho, na capital.

Na última semana, chegou ao conhecimento desta Associação e da sociedade que a Polícia Militar impediu o trabalho da imprensa na Favela do Moinho. Jornalistas foram impedidos de cobrir a desocupação e mesmo de falar com as famílias atingidas, que já haviam dado autorização para entrevistas.
 
Segundo denunciado pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), os policiais proibiram a circulação de repórteres de diversos veículos no local. Vídeos divulgados nas redes sociais da Ponte Jornalismo mostram que, no dia 14 de maio, repórteres estavam acompanhados e autorizados por moradores, mas que os policiais bloquearam a entrada. Um fotojornalismo chegou a ser abordado por policiais após ter tirado uma fotografia. 

O relato dos jornalistas presentes também indica que a justificativa dada pelos policiais para impedir o acesso da imprensa seria uma “ordem policial”, sem mais esclarecimentos.

A restrição do trabalho da imprensa, em especial considerando que se tratava da cobertura de um evento de interesse público, é gravíssima e atenta contra a proteção constitucional da liberdade de expressão e de imprensa. Impede não somente os jornalistas de realizarem o seu trabalho, mas também cassa o direito de informação de toda a população.

Assim, a Abraji se une às demais organizações de imprensa para repudiar o comportamento da PM e requer informações sobre quem deu a ordem para cercear o trabalho dos repórteres. Pede que sejam investigados abusos cometidos por policiais militares, além de aguardar uma retratação em relação à violação da liberdade de imprensa na ocasião. 

Diretoria da Abraji, 27 de maio de 2025.