• 27.08
  • 2010
  • 12:48
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Estudante é detido em Atibaia ao fotografar veículo de vereador com adesivos de campanha

 

O estudante de jornalismo Jean Takada teve sua máquina fotográfica apreendida pela guarda municipal e foi encaminhado à delegacia central do município por policiais militares sob a acusação de tirar fotos do carro do vereador e presidente da câmara, Wanderley Silva de Souza, conhecido como professor Wanderley.

De acordo com o estudante, ele havia lido um artigo no jornal “O Atibaiense” que informava que carros de vereadores da cidade estavam fazendo propaganda eleitoral irregular. “Fui conferir e de fato encontrei um número absurdo de carros com propagandas eleitorais no estacionamento dos vereadores e dos funcionários do alto escalão da prefeitura”, conta. 

Segundo ele, quase todos os carros possuem adesivos do ex-prefeito Beto Trícoli que concorre a uma vaga a deputado estadual nestas eleições e é aliado político do atual prefeito Dr. Denig, ambos do Partido Verde. “Tive um estalo de perguntar para alguém se aquilo era permitido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), TER (Tribunal Regional Eleitoral) e afins e registrei algumas imagens”, completou.

Takada então foi abordado pelo presidente do legislativo, professor Wanderley, que, segundo o estudante, parecia bastante nervoso e pediu para ver as fotos. “Ele chegou perguntando para quem eu trabalhava e onde as fotos seriam divulgadas. Em seguida quis me tomar a máquina”, afirma. Com receio de ter o equipamento destruído, o estudante se negou a entregá-lo. 

Segundo Takada, sem conseguir pegar a máquina, professor Wanderley pegou as chaves da moto do estudante. Nesse momento uma viatura da guarda municipal que passava pelo local foi solicitada pelos envolvidos na discussão. No veículo estava Fábio Magro, secretário de segurança pública de Atibaia, que confiscou a mochila com o equipamento, e, segundo Takada, o ameaçou de uma possível prisão por desacato.

Segundo o vereador, o jovem foi visto fotografando alguns carros, inclusive o interior de seu veículo. “Estranhando essa atitude, suspeita a meu ver, o chamei e ele caminhou rápido em direção à sua motocicleta”, conta professor Wanderley. “Não se identificando e também não esclarecendo o motivo real das fotografias, chamei a Polícia Militar para me orientar no encaminhamento do caso”, continuou.

Um carro de polícia foi chamado e o estudante foi colocado na parte de trás da viatura e levado à Delegacia Central para deliberações. Segundo Takada, Márcio Heleno Ferreira de Lima, policial que estava com o equipamento fotográfico, passou a olhar as fotos, além de também mostrar aos presentes. “O professor Wanderley ficou desapontado quando comprovou que o palio vermelho de sua propriedade não estava entre os fotografados”, conta Takada.

O vereador relata que não houve qualquer tipo de agressão ao jovem. “Eu apenas tirei a chave da moto dele para que ele pudesse esclarecer o que estava buscando com a sua atitude”, justifica. Segundo ele,  a PM e a GM fizeram a abordagem dentro dos padrões legais estabelecidos pelas próprias instituições.

O presidente da Câmara Municipal afirmou ainda que o jovem só foi encaminhado à delegacia porque os policiais constaram que a motocicleta estava com documento irregular e a carteira de  habitação vencida. “Não fosse isso, ele poderia ter ido à delegacia para prestar esclarecimentos dirigindo o seu próprio veículo, como foi o meu caso”, diz o vereador.

O caso foi encerrado pelo delegado Hermes Jun Nakashima, responsável pelo plantão, que determinou a elaboração de um boletim de ocorrência “não criminal”.

 

Assinatura Abraji