Equipe do jornal A Tarde é ameaçada e fica presa por meia hora em hospital na Bahia

A repórter Marjorie Moura e o fotógrafo Eduardo Martins, do jornal A Tarde, foram impedidos de sair do estacionamento do Hospital Municipal de Simões Filho, interior da Bahia, durante mais de 30 minutos por dois vigilantes a serviço da Secretaria de Saúde de Simões Filho.
 
A equipe esteve no hospital dia 29 de dezembro para apurar denúncia feita sobre as condições de funcionamento da unidade pelo cirurgião Rogério Mendes.
 
Enquanto a repórter entrevistava um grupo de técnicos de enfermagem, que confirmou a falta de condições mínimas de atendimento e de médicos na unidade, o fotógrafo fazia os últimos registros da fachada do hospital. Neste momento, foi abordado por um dos vigilantes, que pedia autorização para fotografar a área. A discussão levou o vigilante a ameaçar o fotógrafo com um pedaço de madeira. A agressão não se concretizou, mas todos os portões foram fechados para evitar a saída do veículo da reportagem.
 
Após a saída, a equipe registrou boletim de ocorrência na 22ª DP, em Simões
Filho.
 
O médico que fez a denúncia já havia entrado em contato com a Polícia Rodoviária Federal e com a Polícia Militar para alertá-los sobre o risco que possíveis vítimas de acidente ou de violência correriam se fossem socorridas no Hospital.

De acordo com a reportagem publicada no A Tarde em 30 de dezembro, o cirurgião estava extremamente preocupado porque a unidade médica não contava com medicação básica, luvas cirúrgicas, serviço de laboratório e de raios-X. "Anteriormente, estive na delegacia de Simões Filho e conversei com o titular sobre a possibilidade de ser responsabilizado criminalmente pela falta de condições de atendimento durante meu plantão", declarou.
 
A gestão do antigo prefeito Edson Almeida (PT) terminou no primeiro dia do ano, assim como a diretoria do hospital. De acordo com a reportagem do jornal A Tarde, as atendentes da unidade disseram que a situação piorou desde que foi divulgado o resultado das eleições municipais em outubro.
 
Funcionários do Hospital e da Secretaria de Saúde disseram à Abraji que a nova diretoria ainda não foi definida.