Equipe de TV é  agredida por médico na Grande São Paulo
  • 14.09
  • 2017
  • 14:00
  • Mariana Gonçalves

Liberdade de expressão

Equipe de TV é agredida por médico na Grande São Paulo

Jornalistas da TV Diário RP, do Diário de Ribeirão Pires, foram agredidos por um médico na última segunda-feira (11.set.2017) enquanto apuravam a demora nos atendimentos em UPA de Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo. 

O ortopedista Ocilmar Dias do Amaral Júnior avançou sobre a equipe na tentativa de quebrar os equipamentos de gravação. O ataque feriu os jornalistas Rafael Ventura, Guilherme Duarte, Leandro Godoy, Diego Alves e Leonardo Constantino, que ficaram com arranhões e hematomas nas mãos, braços e ombros. O médico teve de ser contido por agentes da Guarda Municipal.

A agressão ocorreu após os jornalistas entrarem na sala de Júnior na UPA e flagrá-lo lendo notícias sobre tecnologia durante o horário de trabalho. A conduta fazia parte de uma “operação tartaruga”, na qual os médicos retardaram o ritmo de atendimentos em protesto à introdução de sistema de ponto biométrico pela prefeitura. Munícipes disseram à imprensa que aguardavam ser atendidos havia mais de sete horas. 

A equipe foi à delegacia prestar queixa e o Diário afirmou que abrirá processo criminal contra Júnior nos próximos dias. A Prefeitura Municipal de Ribeirão Pires informou ao veículo que abriu um processo administrativo contra o médico e que, “por conta da gravidade da situação, mesmo que seja concursado, ele poderá ser exonerado” em caso de condenação. O CREMESP também comunicou que instaurou sindicância para investigar os médicos que aderiram à “operação tartaruga”, e acrescentou que Júnior pode perder o direito de exercer a medicina pela agressão.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) condenou a agressão na última terça-feira (12.set.2017), afirmando que a atitude do médico representa “grave ofensa à liberdade de imprensa e ao direito de livre acesso à informação assegurados pela legislação em vigor”. A ABI ainda exige que a Secretaria de Saúde e o CREMESP instaurem procedimentos administrativos e disciplinar contra Júnior, por ter violado o Artigo 33 do Código de Ética Médico, que afirma que o profissional “jamais poderá deixar de atender pacientes que procurem seus cuidados profissionais em caso de urgência ou emergência”. 

Veja aqui a reportagem em vídeo sobre a agressão. 

Assinatura Abraji