• 13.02
  • 2014
  • 10:21
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Em relatório, CPJ aponta distinção no tratamento dado à segurança de jornalistas estrangeiros no Brasil

O CPJ (Comitê de Proteção aos Jornalistas) lançou na última quarta-feira (12.fev.2014) um relatório em que critica a diferença no tratamento dispensado pelo governo federal na proteção de jornalistas internacionais em relação às medidas adotadas para proteger jornalistas brasileiros ameaçados. De acordo com o CPJ, “A preocupação proclamada pelo governo relativamente à segurança de um jornalista norte-americano que trabalha para o The Guardian de Londres (…) está em nítido contraste com o péssimo desempenho do maior país da América Latina em proteger seus próprios repórteres da violência”.

O relatório lembra ainda que o Brasil tem sofrido uma escalada de violência, com pelo menos quatro jornalistas mortos em 2013, recebendo o título de um dos países mais perigosos para a categoria. “O número de mortes entre os jornalistas nos últimos anos reflete o fracasso da administração Dilma Rousseff para impedi-los. Jornalismo é agora uma profissão de alto risco no Brasil, e a impunidade ainda é um problema”, afirma o relatório, que classifica a reação do governo brasileiro como meramente “retórica”.

Segundo os dados apresentados pelo CPJ, 27 jornalistas foram assassinados em represália direta por seu trabalho no Brasil desde 1992 e nove dos 10 jornalistas mortos por seu trabalho nos últimos três anos haviam realizado reportagens sobre crimes e corrupção oficial. A ampla maioria atuava no âmbito estadual ou municipal.

Outro problema levantado pelo CPJ foi a impunidade nos casos de assassinatos de jornalistas. No ranking de impunidade divulgado em 2013 pelo Comitê, o Brasil ocupava o 10º lugar, atrás de Nigéria e Índia e sem nenhuma nova condenação desde 2010. “A violência letal contra a imprensa, a impunidade e a censura põem em dúvida o verdadeiro compromisso do Brasil com os valores democráticos e com os direitos humanos.”, conclui o relatório.

 

Assinatura Abraji