- 11.05
- 2022
- 17:00
- Abraji
Formação
Em BH, 2º Congresso de Jornalistas Negras e Negros discute jornalismo, negritude e responsabilidade social
O Coletivo Lena Santos, em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Academia Mineira de Letras, realizará o 2º Congresso de Jornalistas Negras e Negros. O evento será gratuito e ocorrerá no dia 14.mai.2022, às 14h30, no espaço da Academia, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O objetivo é ampliar a discussão sobre questões raciais que atravessam a mídia no Brasil.
O coletivo trará duas mesas de debate. Na primeira, “Abrindo Caminhos - A presença e o pioneirismo negro nos veículos de comunicação”, os jornalistas Cláudio Henrique, da Rede Minas, Márcia Maria Cruz, do Estado de Minas, e Misael Avelino, da Rádio Favela, traçam os avanços e os desafios de profissionais negros e negras no jornalismo.
Já a segunda mesa, “Escolhendo muito bem as palavras - Jornalismo e Responsabilidade Social”, discutirá como o jornalismo deve produzir novas perspectivas que combatam as diversas formas de preconceito e racismo. Os convidados são os jornalistas Arthur Bugre, Etiene Martins e Zu Moreira, da Globo Minas.
No evento, também ocorrerá uma intervenção cênica poética, com textos de Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus. Em conjunto, haverá a performance “Diário de Bitita”, da artista Carlandréia Ribeiro, uma referência ao livro de mesmo nome da escritora Carolina Maria de Jesus.
As inscrições on-line estão disponíveis aqui. Haverá emissão de certificado.
A data do evento, 14 de maio, foi escolhida pelo simbolismo. É o dia seguinte da assinatura da abolição da escravatura, que ocorreu em 13.mai.1888. Como canta Lazzo Matumbi, compositor baiano:
"No dia 14 de maio, ninguém me deu bola / eu tive que ser bom de bola pra sobreviver / [...] pensaram que poderiam me fazer perder / mas minha alma resiste, meu corpo é de luta / [...] eu sou o que sou, pois agora eu sei quem sou eu”.
O Coletivo Lena Santos
O Coletivo Lena Santos nasceu da ideia de mudar a realidade da comunicação brasileira, visto que o país tem uma população em que mais de 50% se autodeclara negra, e, por outro lado, conta com poucos jornalistas representantes. Seu objetivo é a construção de uma comunicação antirracista e representativa.
Em três anos de existência, o coletivo ocupa um espaço importante na discussão racial que perpassa a mídia brasileira, reunindo mais de 80 integrantes em diversos setores da comunicação.
Em ago.2021, o Coletivo Lena Santos foi convidado para compor o 16º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji com a mesa “Diversificando as fontes: como empretecer a cobertura e tornar o jornalismo mais plural”. Na discussão, emergiram questões de como a escolha de fontes no processo de construção da notícia é fundamental para discutir se as narrativas são verdadeiramente plurais.
Também no ano passado, em maio, foi realizado o 1° Congresso de Jornalistas Negras e Negros, que ocorreu de forma virtual. O evento contou com dez mesas de debates entre comunicadores nacionais e internacionais. Mídia e racismo foram discutidos com mais de 1.700 inscritos de todos os estados do país.