• 05.02
  • 2014
  • 09:13
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Dois acusados de assassinar jornalista e blogueiro no MA são condenados

Em julgamento realizado nesta terça-feira (4.fev.2014) no Maranhão, dois acusados de assassinar o jornalista e blogueiro Décio Sá foram condenados à prisão em regime fechado. Réu confesso, Jhonatan de Sousa Silva recebeu pena de 23 anos e três meses. Marcos Bruno Oliveira, responsável por transportar Silva ao local do crime, deve cumprir 18 anos e três meses.

Durante a audiência, Silva mudou a versão do crime que apresentara à polícia. O réu havia afirmado que o mandante do crime era o empresário Raimundo Sales Júnior, o "Júnior Bolinha". Diante do juiz Osmar Gomes e dos jurados, Silva disse ter sido contratado por um homem identificado como Marco Antônio, conhecido como "Neguinho Barrão".

Jhonatan de Sousa e Silva disse que a polícia o coagiu para apontar "Júnior Bolinha" como mandante do assassinato: "os policiais ameaçaram minha família. Eles queriam que eu confirmasse uma linha de investigação que eles tinham sobre empresários". A defesa de Marcos Bruno Oliveira alegou que o réu foi torturado por cerca de 12 horas para assumir participação no crime. A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão não se pronunciou sobre as declarações.

O crime

O jornalista e blogueiro Décio Sá foi assassinado com seis tiros à queima roupa em São Luís, no Maranhão, em abril de 2012. Segundo informações da Polícia Militar do Estado, Décio Sá estava jantando sozinho em um restaurante quando um homem  se aproximou e disparou seis vezes, acertando quatro tiros na cabeça e dois nas costas. Ele morreu no local.

Jornalista há 17 anos, Décio Sá era repórter de O Estado do Maranhão, jornal pertencente à família Sarney. Escrevia diariamente o Blog do Décio, um dos mais acessados na política maranhense. 

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, a execução do jornalista foi ordenada por um grupo de agiotas também envolvido em desvio milionário de recursos públicos federais em cidades do Maranhão. Sá teria descoberto o esquema e o publicaria no blog.

Em fevereiro de 2013, uma das testemunhas do crime morreu após sofrer um atentado. Ricardo Santos Silva, conhecido como Carioca, tinha participação em crimes envolvendo máquinas caça-níqueis, agiotagem e extorsão.

Com informações da Folha de S.Paulo e de O Estado de S.Paulo

Assinatura Abraji