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Diretor da Abraji é premiado pelo CPJ

Publicado em 13 de setembro de 2012 pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas.

Quatro jornalistas que arriscaram suas vidas e liberdade para revelar abusos de poder e violações dos direitos humanos no Brasil, China, Libéria e Quirguistão serão homenageados pelo Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa 2012 do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, um reconhecimento anual a corajosas reportagens. 

Os laureados –Mauri König (Gazeta do Povo, Brasil), Mae Azango (FrontPage Africa e New Narratives, Libéria), e os jornalistas encarcerados Dhondup Wangchen (Filming for Tibet, China) e Azimjon Askarov (Ferghana News e Golos Svobody, Quirguistão)– enfrentaram severas represálias por seu trabalho, incluindo agressão, ameaças e tortura. Askarov está cumprindo prisão perpétua por sua cobertura sobre corrupção governamental, e Wangchen seis anos de prisão após documentar a vida tibetana sob o domínio chinês. 

“Somos inspirados por estes corajosos jornalistas que pagaram um preço alto por sua persistente dedicação à verdade”, disse o diretor-executivo do CPJ, Joel Simon. “Dois deles, Azimjon Askarov e Dhondup Wangchen, foram efetivamente detidos e encarcerados por suas reportagens críticas. Não descansaremos até que estejam livres”. 

O CPJ vai oferecer a Alan Rusbridger, editor do jornal the Guardian no Reino Unido, o Prêmio em Memória de Burton Benjamin por sua trajetória de realizações pela causa da liberdade de expressão. Os vencedores serão homenageados no jantar anual de premiação do CPJ em Nova York, em 20 de novembro de 2012. Gwen Ifill, correspondente sênior da PBS e membro da diretoria do CPJ, será o anfitrião do evento. A cerimônia será presidida por David Boies, presidente da firma de advocacia Boies, Schiller & Flexner LLP. 

 

Vencedores do Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa do CPJ em 2012:

Mauri König, um dos principais jornalistas investigativos do Brasil, passou 22 anos informando sobre abusos contra os direitos humanos e corrupção. O trabalho de König inclui uma série de reportagens no final de 2000 e em 2001 que documentou o recrutamento e sequestro de crianças brasileiras para o serviço militar no Paraguai. Ao investigar a história no Paraguai, König foi brutalmente espancado com correntes, estrangulado, e abandonado para morrer. Em 2003, realizando reportagens ao longo da região fronteiriça do Brasil, Paraguai e Argentina, ele enfrentou uma onda de ameaças de policiais. Nenhum desses casos foi solucionado.

Dhondup Wangchen é um documentarista tibetano autodidata que concebeu e filmou “Leaving Fear Behind” (Deixando o Medo para Trás, em tradução livre) para retratar a vida no Tibete antes das Olimpíadas de 2008 em Pequim. Pouco depois de sua filmagem ser contrabandeada para o exterior, Wangchen desapareceu sob a detenção chinesa. Seu paradeiro só foi conhecido depois que Jigme Gyatso, um monge que ajudou a fazer o documentário, foi libertado da prisão. Wangchen foi condenado a seis anos de prisão e, em janeiro de 2010, seu recurso foi negado.

Azimjon Askarov, jornalista e defensor dos direitos humanos quirguiz, esta cumprindo prisão perpétua por sua cobertura sobre ilegalidades e abusos de autoridades. Sua condenação – após um processo judicial marcado pela tortura, falta de evidências e acusações forjadas – tem sido contestada por organizações de direitos humanos e pela própria Ouvidoria do governo do Quirguistão. Askarov foi acusado de cumplicidade no assassinato de um policial e de uma série de crimes contra o Estado, mas um relatório especial do CPJ, baseado em entrevistas com o jornalista, seus advogados e testemunhas, demonstrou que nenhuma evidência material ou testemunha independente foi apresentada no tribunal para corroborar qualquer das acusações.   

Mae Azango é uma das poucas mulheres exercendo o jornalismo na Libéria. Nos últimos 10 anos ela tem trabalhado para expor a situação de pessoas comuns, especialmente mulheres e meninas, vitimadas por questões há muito tempo abafadas em sua sociedade. Em 2012, Azango abordou o assunto politicamente sensível da mutilação genital feminina, atraindo ameaças que a forçaram a se esconder por semanas com sua filha. Ela continuou informando sobre esta prática forçando, finalmente, o governo a declarar que vai trabalhar para impedir este perigoso costume.

 

Prêmio em Memória de Benjamin Burton:

Alan Rusbridger é editor do the Guardian desde 1995, fazendo do jornal britânico um líder em reportagens internacionais e um campeão da liberdade de imprensa. Seja em tribunais ou online, Rusbridger tem defendido o direito de investigar e publicar histórias de interesse público. O Guardian.co.uk é consistentemente classificado entre os principais sites de notícias do mundo. O prêmio recebe este nome em homenagem a Burton Benjamin, produtor sênior da CBS News e expresidente do CPJ falecido em 1988. 

“Alan Rusbridger criou um jornal que pode ter base no Reino Unido, mas informa o mundo inteiro”, disse Sandra Mims Rowe, presidente do CPJ. “Estamos orgulhosos de homenagear esta conquista”. 

 

Comitê de Proteção aos Jornalistas

O CPJ é uma organização independe e sem fins lucrativos sediada em Nova York que se dedica a defender a liberdade de imprensa em todo o mundo 

Nota aos editores: Os ganhadores do Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa do CPJ estarão disponíveis para entrevistas antes do jantar de premiação, em 20 de novembro de 2012. O credenciamento da imprensa para a cobertura do evento terá início em 18 de outubro. Para ingressos para o jantar, por favor, entre em contato no CPJ com Development Department.

Assinatura Abraji