Desafios do Jornalismo em 2025: a cobertura dos evangélicos

Com a divulgação, em 2025, de dados do Censo Demográfico 2022 sobre as religiões dos brasileiros, abrem-se diversas possibilidades de pautas para compreender a influência política dos evangélicos. O tema certamente ganhará destaque na imprensa; e os jornalistas devem fazer uma cobertura "baseada em dados, evidências e contribuições acadêmicas sérias", destaca a jornalista e doutora Mariana Alvim em texto para o especial “Jornalismo no Brasil em 2025”. Há nove anos o projeto realizado pelo Farol Jornalismo com a Abraji aponta, em 10 artigos, as projeções para o jornalismo a cada ano. 

A autora acredita que a cobertura jornalística está caminhando para uma abordagem mais "nuançada sobre o poder político dos evangélicos". Alvim pontua que foram construídos, depois da eleição presidencial de 2010, a noção de um "voto evangélico” e a visão de um poder quase ilimitado por parte dos pastores. Porém, o artigo ressalta que nas eleições municipais de 2024 somente o apoio por líderes religiosos não foi o suficiente para políticos se elegerem, como mostrou uma matéria do repórter Bernardo Mello, do jornal O Globo.

O texto também lembra que há outros fatores que compõem uma pessoa evangélica, como escolaridade, região, cor de pele e meio de consumo de notícias. Assim, apesar das pesquisas de opinião indicarem que os evangélicos tendem a apoiar mais candidatos conservadores, há um percentual não desprezível de eleitores que não têm apoiado essas candidaturas. Para Alvim, considerar essa heterogeneidade e dinamismo traz mais oportunidades de pauta, aprendizados e ganhos para a imprensa. 

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