• 03.05
  • 2012
  • 14:02
  • Karin Salomao

Cursos sobre RAC e jornalismo de dados auxiliarão jornalistas no 7° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji

 

Uma das bases do 7° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo são os workshops e palestras sobre técnicas de RAC. Palestrantes nacionais e internacionais estarão presentes no Congresso para ensinar técnicas de gerenciamento e visualização de dados.

Gustavo Faleiros (O Eco) e Sandra Crucianelli (Fopea) falarão sobre o “Jornalismo de Dados”, em palestra em espanhol e português, dia 12 de julho, às 9h. Sarah Cohen, da Duke University, dos Estados Unidos, apresentará “Como escrever em números”, em inglês, dia 12 de julho, às 14h.

Para jornalistas que querem começar a aprender e praticar as técnicas de RAC, José Roberto de Toledo, diretor da Abraji e colunista do jornal O Estado de S.Paulo e da Rede TV!, dará um curso de três horas de duração sobre “O bê-a-bá do Excel”, dia 12, às 9h. Mesmo para quem não tem familiaridade com o Excel, esse curso mostra que  mesmo com ferramentas básicas é possível fazer grandes operações nas planilhas eletrônicas - e delas extrair boas reportagens.

Aqueles que já possuem prática e experiência em gerenciamento de dados no Excel poderão desenvolver suas habilidades no curso “RAC avançado” (em inglês), dado pelos palestrantes David Donald (The Center for Public Integrity/EUA) e Brant Houston (Investigative News Network/GIJN/EUA). Além de ferramentas avançadas do sofware, como o manejo de tabelas dinâmicas, o curso abordará também técnicas para relacionar bancos de dados. O curso será de 6 horas de duração, na quinta-feira, durante todo o dia. 

 

Aprendizagem e ensino de RAC

Brant Houston aprendeu técnicas de reportagens feitas com auxílio do computador na prática, ao adaptar as técnicas de gerenciamento de dados ao jornalismo investigativo. Os pioneiros dessa técnica serviram de inspiração a ele; Elliot Jaspin chamava-as de RAC, Philip Meyer de jornalismo de precisão. Já David Donald começou a se interessar por técnicas de RAC quando estava terminando o seu mestrado em jornalismo, ao ler um livro de Philip Meyer, “Jornalismo de Precisão”. Depois de se tornar um repórter, sabia que habilidades em usar métodos científicos, computadores e análises estatísticas acrescentariam grande poder investigativo a suas histórias, o que o fez voltar à faculdade.

A vontade de aprender técnicas de RAC, diz Donald, varia de repórter para repórter, nem todos têm o mesmo empenho para aprendê-las. “Entretanto, assim que novos repórteres começam a utilizá-las e os outros veem o poder narrativo que isso acrescenta à sua matéria, o uso de RAC nas redações pode ser desenvolvido de maneira dramática”. Para Houston, essa forma de jornalismo foi de uma habilidade avançada e segregada para ser reconhecida como uma necessidade para reportagens de credibilidade. Esse aumento no interesse se deve, segundo Donald, jornalistas que realmente se empenharam em aprender e aplicar as técnicas. Ao desenvolver grandes reportagens, influenciaram seus colegas de trabalho, que também passaram a se interessar pela área.

Há alguns desenvolvimentos tecnológicos que marcaram a evolução de técnicas de RAC.  Segundo Houston, o advento dos computadores pessoais e a internet, na década de 90, permitiram um enorme armazenamento, transferência e visualização mais rápida e simples de dados. Donald acrescenta, ainda que a internet permite que jornalistas se correspondam e desenvolvam comunidades on-line para repórteres de RAC. “RAC não se desenvolveria tão rapidamente sem o uso da internet”, avalia. 

 

No 7° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, Donald e Houston pretendem ensinar, em seu workshop,  os fundamentos para reportagem com auxílio do computador,  análise básica de dados através de programas gerenciadores, através de práticas com dados reais.

Eles irão ensinar como jornalistas podem analisar todo o tipo de dados de governo para encontrar histórias que, de outra forma, jamais conseguiriam enxergar, muito menos reportar. Para começar, apresentarão como usar tabelas para analisar os dados. No início, começarão com o Excel, uma ótima ferramenta, segundo eles. Depois, introduzirão gerenciamento de dados usando bancos de dados, a partir de atividades práticas com dados reais usando o Microsoft Access. O programa ajuda a selecionar, agrupar e peneirar grandes quantidades de dados. 

Uma vez que o repórter tenha dominado os programas Excel e Access, ele abre um leque de possibilidades, como estatística avançada, mapeamento estatístico, visualização de dados on-line, ferramentas do google, entre outros.

Para instigar o interesse nesse tipo de jornalismo, o conselho de Donald é ler o livro de Meyer, “entusiasmar-se com o poder que técnicas de RAC trazem à sua reportagem e achar as melhores oportunidades para aprender e praticar as habilidades. Se isso significa voltar à escola, então vá”.

 

7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

Quando: 12, 13 e 14 de julho de 2012

Onde: São Paulo - Universidade Anhembi Morumbi - campus Vila Olímpia - unidade 7 (Rua Casa do Ator, 275)

Inscrições: http://bit.ly/7Congresso

 

 

 

Assinatura Abraji