Crise climática: Ideias para jornalistas investigativos
  • 14.07
  • 2021
  • 16:00
  • Global Investigative Journalism Network (GIJN)

Formação

Crise climática: Ideias para jornalistas investigativos

Texto originalmente publicado pela Global Investigative Journalism Network (GIJN).

Encorajar mais reportagens investigativas sobre a mudança climática é o objetivo desta página de recursos da GIJN.

Na Parte 1, começamos com os artigos que oferecem sugestões concretas para projetos investigativos.

Na Parte 2, reunimos comentários desafiadores sobre como a imprensa tem lidado com o tema das mudanças climáticas e sobre o que poderia estar fazendo melhor.

Na Parte 3, fornecemos links para alguns recursos úteis aos jornalistas.

Aceitamos sugestões para ampliá-los. Por favor, escreva para nós aqui.

Parte 1: Jornalismo Investigativo e Mudança Climática

Climate Change: Investigating the Story of the Century (Mudança Climática: Investigando a História do Século), escrita por Jim Fahn, diretor-executivo do Earth Journalism Network descreve 10 caminhos de investigação promissores que jornalistas podem explorar para desenterrar histórias sobre a mudança climática (2019).

Entre eles:

• Como as maiores emissoras de gases de efeito estufa, as indústrias do carvão, óleo e petróleo são os alvos mais óbvios de reportagens investigativas. 

• Existem muitas outras indústrias que estão “no ponto” para protagonizarem reportagens muito mais profundas. 

• Jornalistas investigativos deveriam observar e denunciar como os interesses velados influenciam políticas governamentais e quais são essas políticas. “Então, o seu governo está tentando prevenir a mudança climática ou está, na verdade, tornando-a pior?”. 

• “Jornalistas precisam acompanhar não apenas o que ocorre nos seus próprios países, mas também a ação internacional dos seus governos.”

• Observe os esforços empregados para fazer cumprir os regulamentos e controlar a complacência.

• Monitore as compensações destinadas a contrariar esses regulamentos de emissões.

• Denuncie melhor os impactos da mudança climática.

• Investigue grupos ativistas trabalhando em questões climáticas, os seus objetivos e de onde vêm os seus suportes financeiros.

• Investigue as soluções apresentadas para prevenção e adaptação à mudança climática.

• Examine a vasta tarefa que tem pela frente de adaptar-se e responder à mudança climática.


Foto: Pixabay

The Media Are Complacent While the World Burns (A Mídia Mantém-se Complacente Enquanto o Mundo Arde), tem como subtítulo “But there’s a brand-new playbook for journalists fighting for a 1.5°C world” (“Mas existe um novíssimo livro de regras para jornalistas que lutam por um mundo com aquecimento global inferior a 1,5°C”, em português).

O artigo de 2019 foi escrito por Mark Hertsgaard, correspondente de meio ambiente do The Nation, e Kyle Pope, editor-chefe do The Columbia Journalism Review, que afirmaram: “A julgar pelas coberturas feitas sobre o clima até hoje, a maioria dos veículos de comunicação dos Estados Unidos ainda não tem noção da seriedade deste assunto. Há um trem desgovernado vindo em nossa direção e o seu nome é mudança climática. Isso não é alarmismo; é uma fato científico.”

A mensagem deles inclui:

• Não culpe a audiência, e escute os jovens.

• Estabeleça uma mesa diversa sobre o clima, mas não setorize a cobertura.

• Aprenda a ciência da mudança climática.

• Não exagere no discurso emotivo.

• Perca a mentalidade local.

• Ajude o interior do país.

• Faça a cobertura das soluções.

• Não sinta medo em apontar culpados.

Climate Justice Reporting Guide (Guia para Reportar Justiça Climática, em português) é uma coleção multifacetada de recursos da Covering Climate Now, uma iniciativa jornalística internacional, fundada pelo Columbia Journalism Review e o The Nation, em associação com o The Guardian, em abril de 2019. Os parceiros incluem mais de 400 veículos de comunicação com uma audiência combinada que alcança dois bilhões de pessoas.

O Columbia Journalism Review e o The Nation reuniram, em 2019, os melhores jornalistas, cientistas e especialistas em mudança climática “para criar um novo livro de regras para o jornalismo que seja compatível com o futuro dos 1.5ºC que os cientistas afirmam que deve ser alcançado.” Veja o vídeo de uma reunião municipal, com cinco horas de duração e muitas ideias. Jornalista ambiental freelancer, radicado em Londres, Juan Mayorga traduziu o encontro para o Espanhol no Twitter. A conferência foi o pontapé inicial para um projeto de longo prazo intitulado Covering Climate Now (Cobrindo o Clima Agora, em tradução livre). 

Veja o resumo da CJR sobre a conferência, um texto de Jon Alsop. Conheça outras descrições e reflexões sobre o encontro: 

Eduardo Franco Berton, fundador e editor da Red Ambiental de Información, da Bolívia, realizou uma apresentação na Global Investigative Journalism Conference, em 2019, e resumiu seus sete pontos-chaves nesta ficha de dicas.

Climate Change and the Journalists Who Are Trying to Save You (Mudanças Climáticas e os Jornalistas que Estão Tentando Lhe Salvar, em tradução livre), de Corinne Segal, no Literary Hub.

Expertise Of Climate Change Communication Researchers Needed In #Covering ClimateNow (A expertise de mudança climática em pesquisadores de comunicação é necessária no #CoveringClimateNow, em português livre), um comentário de Jill Hopke, professor-assistente de jornalismo na Faculdade de Comunicação da DePaul University.

Sciences, Public, Politics: The Trouble With Climate Emergency Journalism (em português, Ciências, Público e Políticos: O Problema com o Jornalismo de Emergência Climática), por Matthew C. Nisbet, um professor de comunicação, política pública e assuntos urbanos na Northeastern University e editor-chefe do jornal Environmental Communication.

O artigo do jornal The Guardian: The Media is failing on climate change - here’s how they can do better ahead of 2020 (ou A Mídia está falhando nas mudanças climáticas - Veja como podem fazer melhor depois de 2020), por Emily Holden, oferece algumas sugestões:

• Observe o pequeno, mas crescente, número de conservadores que se importam com as mudanças climáticas.

• Comente as mudanças climáticas, mesmo quando o candidato não o fizer.

• Cubra a mudança climática como uma notícia local.

• Foque nas soluções.

• Escolha bem as suas palavras.

The Climate Crisis Is a Story for Every Beat (A crise climática é uma “batida” universal, em tradução livre), por Rosalind Donald, doutoranda da Columbia Journalism School, discute a horizontalidade da cobertura da mudança climática em redações. Sua lista inclui: saúde, infraestrutura, política, conexão entre mudança climática e migrações, segurança nacional, impactos sutis, esportes, comida e agricultura. Foi publicado em 2019 pelo Columbia Journalism Review. Veja também um artigo sobre um discurso de Donald Trump, em 2019, sobre o mesmo tópico: 8 Newsroom Beats You Didn’t Know Covered Climate Change ou 8 Pautas sobre Assuntos que Você Não Sabia que Cobriam a Mudança Climática, em português.

A lista das 10 “Melhores Práticas” foi criada pelo Covering Climate Now, um projeto colaborativo que reúne 400 veículos de comunicação como parceiros.

1.    Diga sim à ciência.

2.    A crise climática é uma “batida” universal.

3.    Descarte a ciranda do “disse-que-disse”.

4.    Evite o pessimismo e a tristeza.

5.    Vá com calma nos uso de jargões.

6.    Enfatize as experiências — e o ativismo — dos pobres, comunidades negras e dos povos indígenas. 

7.    Cuidado com o greenwashing (referida literalmente como “lavagem verde”).

8.    Reportagens sobre condições meteorológicas extremas são reportagens sobre o clima.

9.    Expurgue a crença antiquada de que matérias climáticas repelem audiências e dão prejuízo.

10.  Pelo amor de Deus, não dê espaço para negacionistas do aquecimento global.

A Nieman Foundation produziu, em novembro de 2019, o Covering Climate Change Workshop e publicou os vídeos das sessões. Nieman também tornou público alguns recursos.

How The Wall Street Journal Reported on “The Price of Climate” (em tradução livre, Como o The Wall Street Journal noticiou“The Price of Climate”) descreve a criação de uma série, repleta de gráficos informativos, intitulada de “The Price of Climate”, que explorou como o valor crescente de certas terras e o custo mais alto de seguros refletem as mudanças climáticas, entre outros temas. O artigo, que apresenta ainda uma entrevista com os editores do jornal, apareceu no Climate Journalism Lab, parte do Storybench, da Northeastern University School of Journalism, com histórias sobre a cobertura da mudança climática. 

O Reporting on Climate Change reúne conselhos do professor Daniel Schrag, da Harvard University, que dirige o Harvard University Center for the Environment (2019). Ele sugere:

• Entenda a ciência.

• Pense mais sobre como os humanos podem gerir a mudança climática, e não pará-la.

• Inclua o contexto correto.

• Conte a história humana.

• Use pesquisas para desafiar os líderes.

• Reconheça a polarização partidária.


Foto: Pixabay

A publicação neozelandesa Stuff recebeu uma grande quantidade de respostas numa pesquisa com leitores sobre a cobertura jornalística da mudança climática e descobriu que tinha um público bastante crítico. Numa escala de cinco pontos, na qual 1 era “terrível” e 5 era “incrível”, apenas 51% avaliou a mídia com o número 3 ou superior. Os leitores revelaram que queriam menos negatividade, mais histórias “pessoais” e 
e maior foco nas empresas e no governo. A Stuff respondeu: “Iremos introduzir novos métodos e formatos de narrativas; seguir as ideias de artigos citados pelos participantes da pesquisa; avaliar como abordamos as informações e os ângulos de nossas coberturas; e aumentar o espaço que destinamos às histórias sobre a mudança climática.”

Covering Climate Change: What Reporters Get Wrong and How to Get It Right (em português, Cobrindo as mudanças climáticas: o que os repórteres entendem errado e como fazê-los perceber). Um artigo da Nieman Reports de 2018, baseado numa entrevista com a jornalista norte-americana Elizabeth Arnold. Parte de sua mensagem: Não foque apenas no impacto e nas ameaças; também destaque as soluções encontradas pelas pessoas. 

Best Practices for Covering Climate Change With Data (As melhores práticas de cobertura da mudança climática com dados).  Seis jornalistas de dados ponderam como melhor fazer coberturas sobre a mudança climática num artigo de 2017, da Global Editors Network.

6 Ways to Reach Climate Change Deniers With Your Reporting (6 formas de alcançar os negacionistas da mudança climática com os seus relatórios), de Arthur Wyns, foi publicado pela International Journalists’ Network. Wyns, um pesquisador da mudança climática na Organização Mundial de Saúde, sugere:

• Dedique mais tempo a ouvir o “outro lado”.

• Encontre valores comuns. 

• Dê representatividade a assuntos locais.

• Dê um rosto à mudança climática. 

• Seja visual.

• Observe além para alcançar perspectivas geograficamente mais amplas.

How a Small Start-Up in Paraguay Became Globally Known for Its Climate Change Reporting (Como uma pequena startup do Paraguai se tornou mundialmente conhecida por seus textos sobre a mudança climática). Nesta entrevista, os editores do El Surtidor descrevem a estratégia que adotaram para a cobertura da mudança climática. El Surtidor ganhou a primeira edição do “Planet Award”, prêmio ambiental do Eurasia Media Forum, em Almaty, no Cazaquistão, por sua história sobre o desflorestamento da região do Chaco, no Paraguai.

Conselhos sobre a cobertura da mudança climática, de 13 jornalistas norte-americanos, em campo, foram incluídos num artigo de Emily Atkin, responsável pelo blog Heated. Algumas das sugestões são:

Geoff Dembicki, da VICE: “Nem todos os personagens devem ter opinião sobre uma posição predeterminada. Uma ótima narrativa é construída ao mostrar pessoas lidando com conflitos morais”. 

John Upton, da Climate Central: “Quando estiver numa reportagem de campo, priorize as áreas de menor renda, pergunte aos moradores locais sobre os impactos [tendências/ameaças relacionadas à mudança climática] e se algo está sendo feito para protegê-los”.

What journalists need to know when covering climate change (O que os jornalistas precisam saber ao cobrir a mudança climática). Jennifer Ludden, editora de Clima e Energia da National Public Radio, dos Estados Unidos, revela dicas básicas.

Parte 2: Comentário sobre o trabalho da mídia na cobertura da mudança climática

War All the Time? Climate Reporters Weigh Coverage Quantity Against Quality (Guerra contínua? Os repórteres do clima comparam a quantidade e a qualidade da cobertura). Abby Rabinowitz observa, em texto para o The Columbia Journalism Review (2019), a mudança climática e escreve: “Enquanto muitos dos principais jornalistas do clima concordam que as redações não fazem coberturas suficientes sobre a mudança climática, outros opinam que um maior número de reportagens climáticas não representa necessariamente mais qualidade”. Abby Rabinowitz descreve várias abordagens. “O maior problema é que os jornalistas dizem que as histórias sobre a mudança climática exigem uma vasta gama de teorias e narrativas, dada a sua realidade complexa”. 

Tackling Climate Change: Does the Media Have a Campaigning Role? Ingerid Salvesen, bolsista do Reuters Institute em 2018, avalia a campanha do The Guardian “Keep it in the ground” que procura acabar com o uso de combustível fóssil através do desinvestimento. A repórter questiona se o jornalismo militante compromete o princípio crucial da objetividade ou se deveria ser mandatório no papel na mídia.

Doom and Gloom: The Role of the Media in Public Disengagement on Climate Change (Pessimismo generalizado: O papel da mídia na desresponsabilização do público em relação à crise climática, em tradução livre). Elizabeth Arnold, professora-associada de Jornalismo da University of Alaska, escreveu, em 2018, que “a repetição de uma narrativa estreita, focada exclusivamente no impacto da mudança climática, deixa o público com um senso geral de impotência.”

The Media’s Failure to Connect the Dots on Climate Change (ou, em português livre, A falha da mídia em apresentar o quadro geral da mudança climática). Em 2018, um artigo do New Republic, escrito por Emily Atkin, relata como as coberturas jornalísticas sobre eventos climáticos extremos ignoram o impacto causado pela mudança climática.

The Planet Is Suffering. How Do We Write About It? (O planeta está sofrendo. Como escrevemos sobre isto?). James Fahn e Mark Schapiro, escritores ambientalistas e professores do cursos de graduação em “Jornalismo da Terra”, na Faculdade de Jornalismo da Berkeley University, foram entrevistados, em 2019, pela California Magazine.

Wildfire Reports Ignite Debate Over Climate Change Coverage (Denúncias da Wildfire geram debate sobre a cobertura das mudanças climáticas, em português). Editora na National Public Radio, Elizabeth Jensen examinou a cobertura feita pela rádio pública dos Estados Unidos em 2018.

Dear Journalists of Canada: Start Reporting Climate Change as an Emergency (Caros jornalistas do Canadá: Comece a relatar a mudança climática como uma emergência). Sean Michael Holman, professor-associado de Jornalismo, na Mount Royal University do Canadá, escreveu uma carta aberta às associações de imprensa canadenses, em 2019, pedindo menos cobertura sobre a Família Real Britânica e mais sobre a mudança climática. 

The Role of US Network News in Communicating the Urgency of Climate Change (O papel do US Network News em comunicar a urgência das mudanças climáticas). Reportagem de 2019 do Public Citizen, um grupo de interesse público dos Estados Unidos.

The Planet is on a Fast Path to Destruction. The Media Must Cover This Like It’s the Only Story That Matters (em tradução livre, O Planeta caminha rapidamente para a destruição. A mídia deve noticiar isto como a única história que importa). A exortativa — e amplamente citada — coluna, de Margaret Sullivan, do Washington Post.

What kind of climate change coverage do you read in the news? It depends on whether you live in a rich country or a poor one (Que tipo de cobertura sobre a mudança climática você lê nas notícias? Depende se vive num país rico ou pobre). O artigo de Laura Hazard Owen para o Nieman Lab descreve, em um estudo publicado em setembro de 2019, no Global Environmental Change. O resumo do Nieman Lab garante: “As organizações de notícias de países desenvolvidos são mais propensas a publicar sobre a mudança climática como um problema de política interna, enquanto, em países mais pobres, são mais comumente publicadas como desastres naturais ou relações internacionais”.

Major Broadcast TV Networks Mentioned Climate Change Just Once During Two Weeks of Heat-Wave Coverage (As principais redes de TV aberta mencionaram a mudança climática apenas uma vez durante as duas semanas de cobertura das ondas de calor). Uma análise do grupo norte-americano Media Matters.


Foto: Pixabay

We Are Not Doing Enough: 27 Latin American Media Outlets Pen Editorial Regarding Climate Change (Não estamos fazendo o suficiente: Editoriais de 27 meios de comunicação latino-americanos sobre as mudanças climáticas). Um artigo da seção Journalism, do blog Americas, do Knight Center, da University of Texas. Também disponível em Espanhol e Português.

How Journalists Can Engage News Audiences on Climate Change (Como os jornalistas podem engajar o público leitor na questão da mudança climática, em portugues), por Kamyar Razavi, um jornalista e doutorando que estuda o nexo entre o jornalismo de soluções e a comunicação climática.

Reshaping Climate Reporting: Four Challenges and One Sign of Hope (Remodelando os Relatórios do Clima: Quatro Desafios e Um Sinal de Esperança), elaborado pela jornalista Kristine Angeli Sabillo para a Global Challenges Foundation. Sabillo é uma repórter multimídia da rede televisiva ABS-CBN nas Filipinas.

Communicating about Climate Change with Journalists and Media Producers (Comunicando a Mudança Climática com Jornalistas e Produtores de Mídia). Este paper de 2016, escrito por John Wihbey e Bud Ward, inclui estudos de caso.

Narrating Climate Change (Narrando as mudanças climáticas). Este artigo publicado, em 2014, na Columbia Journalism Review, por Alex Sobel Fitts, é subtitulado “O jornalismo incremental não está levando ao público o péssimo estado do clima, então, pesquisadores e veículos estão tentando alcançá-los por meio de uma mudança na narrativa”.

O Environmental Communication publicou, no início de 2019, quatro artigos apresentados na dissertação “Climate Change Journalism: Time to Adapt” — Cobertura da Mudança Climática:  É hora de adaptar. (Os artigos estão protegidos por acesso pago, mas, às vezes, o Environmental Communication publica artigos gratuitamente).

Keep in the Ground (Com os pés no chão, em tradução livre) é uma série de artigos do The Guardian. Disponível desde 2015, o podcast reúne discussões internas que acabaram por nortear a cobertura do jornal, incluindo um texto do ex-editor-chefe Alan Rusbridger sobre o desafio de encontrar novas formas de reportar a mudança climática.

Environmental Reporting Can Help Protect Citizens in Emerging Democracies (Reportagens ambientais podem ajudar a proteger os cidadãos em democracias emergentes). A fraca cobertura jornalística ambiental na Geórgia é o tópico deste artigo de Eric Freedman, um professor de Jornalismo e membro do Knight Center for Environmental Journalism, da Michigan State University.


Foto: Pixabay

Parte 3: Recursos Básicos

Existem excelentes informações sobre a mudança climática, publicadas por grupos ambientalistas, agências nacionais e entidades internacionais.

O principal fórum internacional é o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). Outras organizações importantes: a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a Organização Meteorológica Mundial (WMO) e o Programa para o Meio-Ambiente das Nações Unidas (UNEP, na sigla em inglês). O Green Climate Fund (GCF) é um fundo financeiro global focado nos investimentos relacionados a iniciativas de mitigação e adaptação, e a Global Environmental Facility é outro fundo de colaborações.

Devido ao fato de entidades internacionais credenciarem grupos como observadores em reuniões, foram criadas listas que são grandes fontes de informações. Aqui estão os links para as listas de observadores do IPCC, UNEP e UNFCCC.

Os veículos de comunicação com muita cobertura sobre o clima internacional incluem o Inside Climate News, a Earth Journalism Network, o The Daily Climate, a E&E News, Ensia (focado em soluções) e o China Dialogue (em inglês e chinês). Veja a lista da Sociedade de Jornalistas Ambientais, na íntegra, e uma ainda mais longa do Milken Institute of Public Health, da George Washington University.

Confira alguns sites úteis criados com foco no jornalismo, onde se pode encontrar informações básicas sobre a mudança climática, além de fontes e debates no que está por vir.

Covering Climate Now, uma iniciativa colaborativa criada em 2019 com mais de 400 veículos de comunicação parceiros, tem uma excelente página de recursos, com seções sobre as melhores práticas, o básico, investigações mais profundas, prazos e soluções climáticas. 

Climate Change: A Guide to the Information and Disinformation. Um dos principais recursos da Society for Environmental Journalism (SEJ). Editor da SEJ, Adam Glenn criou este guia sobre como reportar adaptações ao aquecimento global. A SEJ publicou muitas páginas com dicas e backgrounders em reportagens ambientais.

O Climate Tracker fornece treinamento de mídia, produz reportagens sobre coberturas, oferece suporte financeiro para jornalistas e publica artigos, incluindo sobre negociações internacionais.

A Yale Climate Connections reúne histórias sobre como as questões ambientais são comunicadas e como podem ser melhoradas, além de manter uma página independente sobre a cobertura da mídia. Baseado no programa da Yale University Program sobre a Comunicação da Mudança Climática (Climate Change Communication).

O Climate Communication é um projeto científico e de divulgação sem fins lucrativos, dos Estados Unidos, que prepara materiais acessíveis, organiza workshops e “oferece assistência pessoal para prover, aos jornalistas, as informações científicas mais confiáveis”. 

A Climate Central é “uma organização independente de importantes cientistas e jornalistas que pesquisam e denunciam fatos sobre as mudanças no nosso clima e seu impacto no público”.

Center for Climate Change Communication, da George Mason University, criou o Climate Matters, “um programa de recursos sobre reportagens ambientais que ajuda meteorologistas e jornalistas a divulgarem os impactos climáticos e as soluções de forma local, imediata e pessoal — tendo como base as mais recentes descobertas da ciência”. Também inclui recursos sobre o clima e a saúde.

A Reuters Hot List dos melhores cientistas climáticos do mundo, publicada em 2021. Para construí-la, eles criaram um sistema de identificação e classificação de 1.000 acadêmicos, de acordo com o quão influentes eles são.

Tradução: Raquel Lima

Foto de capa: Shutterstock

Assinatura Abraji