• 05.01
  • 2015
  • 09:56
  • -

Liberdade de expressão

CPJ coloca Brasil, Paraguai e México em lista de países mais letais para jornalistas em 2014

Brasil, Paraguai e México estão na lista dos 20 países mais letais para jornalistas em 2014, de acordo com um relatório especial de fim de ano do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ).


O CPJ contabilizou apenas os casos em que há fortes indícios de que o homicídio tem relação com a atividade jornalística do profissional.


O Paraguai foi o país com mais assassinatos na América Latina em 2014, segundo o ranking global, seguido de Brasil e México.


No Brasil, o CPJ confirmou a morte de dois jornalistas no Rio de Janeiro em função de seu trabalho. O primeiro, Pedro Palma, proprietário do jornal Panorama Regional, foi morto a tiros em frente de casa em fevereiro. Sua morte provavelmente está ligada à cobertura local de fatos políticos.


Já o segundo caso foi do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, que difere das outras mortes nesta lista por ter acontecido durante um protesto, ambiente particularmente perigoso para jornalistas brasileiros neste ano.


Durante um protesto, também em fevereiro, contra aumentos na tarifa de ônibus, um explosivo atingiu Andrade na cabeça. A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes foi confirmada pouco depois.


O Paraguai, país mais perigoso da América Latina para josrnalistas, teve três casos de assassinato em 2014. O caso mais recente é de Pablo Medina Velázquez, correspondente regional do jornal ABC Color, que foi baleado diversas vezes no departamento de Canindeyú, enquanto trabalhava. Uma assistente também foi morta no ataque.


Medina cobria a produção de maconha e o tráfico de drogas próximo à fronteira com o Brasil, e editores disseram que ele recebia ameaças frequentes por causa do seu trabalho. Seu irmão e parceiro de trabalho, Salvador Medina, foi morto na mesma região, em 2001, por suas reportagens.


Ainda estão na lista paraguaia Fausto Gabriel Alcaraz Garay, da Radio Amambay, e Edgar Pantaleón Fernández Fleitas, da Belén Comunicaciones, também baleados e mortos perto da fronteira com o Brasil em maio e junho, respectivamente.


CPJ relatou que Alcaraz denunciava regularmente atividades criminosas e tráfico de drogas em seu programa de rádio. Fernández, que também era advogado, apresentava um programa crítico a juízes locais, advogados e funcionários do gabinete do Procurador-Geral.


No México, o comitê confirmou que dois jornalistas foram mortos no ano passado. O repórter Octavio Rojas Hernández, que havia começado a trabalhar para o jornal El Buen Tono em Córdoba, Veracruz, foi assassinado na porta de casa em agosto. De acordo com o diretor de redação do veículo, a morte está relacionada a uma matéria que ligava um diretor da polícia municipal a uma quadrilha de roubo de gás.


Também em Veracruz, o repórter Gregorio Jiménez de la Cruz foi morto após ter sido sequestrado em fevereiro por homens armados perto de Coatzacoalcos. Jiménez cobria crime e segurança para os jornais Notisur e Liberal del Sur, segundo o CPJ.


O Comitê identifica também uma tendência à impunidade no que diz respeito aos assassinatos de jornalistas da região, com raros casos em que os responsáveis pelos crimes são identificados e punidos.


Leia abaixo a lista dos 21 países mais violentos para jornalistas em 2014 segundo o CPJ, com o número de profissionais mortos em cada um deles.



Síria: 17 mortos

Iraque: 5 mortos

Ucrania: 5 mortos

Israel e Território Ocupado da Palestina: 4 mortos

Somália: 4 mortos

Paquistão: 3

Afeganistão: 3

Paraguai: 3

Brasil: 2 mortos

México: 2 mortos

Índia: 2 mortos

Egito: 1 morto

África do Sul: 1 morto

República Centro-Africana: 1 morto

Burma: 1 morto

 

Filipinas: 1 morto

 

República Democrática do Congo: 1 morto

 

Bangladesh: 1 morto

 

Guiné: 1 morto

 

Iêmen: 1 morto

 

 

Líbia: 1 morto

Assinatura Abraji