• 27.09
  • 2007
  • 15:12
  • Mariana Baccarin

Correio Braziliense cria força tarefa para continuar investigação de Amaury

Após o atentado contra o jornalista Amaury Ribeiro Jr., do Estado de Minas, o Correio Braziliense, jornal do mesmo grupo, montou uma equipe de doze jornalistas para dar seguimento à investigação do repórter e à série de denúncias sobre o narcotráfico na região do Entorno de Brasília, em que ele estava trabalhando.

 

Outra consequência do atentado é que a Força Nacional de Segurança Pública irá atuar na região do Entorno no combate a narcotráfico. A operação deve começar oficialmente em 10 de outubro, a pedido dos Estados de Goiás e Distrito Federal. O governo de Goiás acompanhará a coordenação, enquanto o DF comprometeu-se a bancar os custos da operação.

 

Amaury recebeu alta do hospital e está afastado do jornal, fora de Brasíli, com sua família. Ele pretende voltar à redação e, segundo colegas do Correio Braziliense, não tem planos de voltar para a região do Entorno. O jornal espanhol El Pais registrou o caso nesta semana.

 

A polícia prendeu um dos quatro suspeitos da tentativa de homicídio do jornalista, Fábio Gonçalves, de 19 anos.  O acusado foi detido em sua casa, no Paraná. Segundo a polícia, Fábio Gonçalves tem ficha criminal extensa, que inclui crimes de latrocínio e homicídio, tanto no DF quanto em Goiás.

 

PROJETO ARIZONA

 

A associação norte-americana IRE (Investigative Reporters and Editors) ganhou força em 1976, após um atentado contra um de seus membros fundadores, o jornalista Don Bolles. Ele foi ao encontro de uma fonte, que não apareceu e, na volta, uma bomba explodiu em seu carro, deixando-o seriamente ferido. Ele foi levado para o hospital, mas não resistiu.

 

Com a morte de Bolles, os membros do IRE se reuniram, pela primeira vez na história, para uma investigação em massa. Vários jornalistas de dez jornais e emissoras de TV foram ao Estado do Arizona, onde Bolles morava e trabalhava, e trabalharam na apuração das histórias de corrupção a que o colega se dedicava. Ficaram cinco meses investigando. A série foi premiada. Clique aqui para ler mais sobre o Projeto Arizona.

Assinatura Abraji