Congresso reúne 400 pessoas interessadas em melhorar o jornalismo investigativo no Brasil

O 3° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado em Belo Horizonte de 8 a 10 de maio, reuniu cerca de 400 pessoas interessadas em melhorar o jornalismo no Brasil. Muitos dos 86 palestrantes disseram-se impressionados com o alto nível da platéia, formada por profissionais e estudantes de jornalismo de todo o país.

"O debate com os participantes superou as expectativas", disse Carlos Eduardo Santos, editor do blog independente PEbodycount, que ministrou a palestra "Novos Desafios da Cobertura Policial".

O redator-chefe de investigação do jornal espanhol El País, José María Irujo, disse que os "alunos" eram excelentes, tanto os jornalistas quanto os estudantes. "Dei muitas palestras na Europa e me surpreendeu gratamente o interesse e o nível dos participantes do congresso", relatou.

João Paulo Charleaux, jornalista responsável pela comunicação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, relatou ter visto pessoas realmente interessadas nos temas áreas de conflito armado e segurança pública. "Não foram conversas entre curiosos", acrescentou.

Charleaux foi um dos palestrantes do painel "Jornalismo em Áreas de Risco: Conflitos Armados I", que contou ainda com as participações de Luiz Felipe Kraemer Carbonell, sub-chefe do centro de comunicação social do exército, em Brasília, e Américo Martins, editor-executivo do Serviço Mundial da BBC de Londres.

O evento realizado em Belo Horizonte contou com cerca de 50 oficinas. Dois temas tiveram uma atenção maior: as eleições municipais de outubro e a cobertura de violência e criminalidade. Houve ainda seminários sobre lavagem de dinheiro, perícia criminal, investigação jornalística na cobertura esportiva, olimpíadas de Pequim, o projeto editorial da revista Piauí, o terrorismo da Al-Qaeda, dentre muitos outros assuntos.

Organizado pela Abraji e pelo UNI-BH (www.unibh.br), o 3º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo contou com o apoio dos jornais Estado de Minas e Correio Braziliense, do Knight Center for Journalism in the Americas, da BBC, do Centro Cultural da Espanha, do Instituto Ayrton Senna e da Fundação Avina.

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