Congresso da Abraji aprofundou discussões sobre IA e jornalismo
  • 28.08
  • 2025
  • 12:46
  • Samara Meneses

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Congresso da Abraji aprofundou discussões sobre IA e jornalismo

Pensando em discutir temas relevantes para o jornalismo atual, a Abraji convidou especialistas para dialogar sobre os avanços da inteligência artificial e como isso afeta o trabalho do jornalista. Durante o 20° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado entre 10 e 13 de julho em São Paulo, a trilha de Inteligência Artificial reuniu profissionais do Brasil e do exterior para debater usos, riscos, oportunidades e desafios da tecnologia aplicada à prática jornalística.

No dia 11 de julho, logo pela manhã, o público pôde escolher entre duas palestras simultâneas. Em "Três formas de investigar a IA", os jornalistas Gabriel Geiger (Lighthouse Reports), Laís Martins (The Intercept Brasil) e Sofia Schurig (Núcleo Jornalismo / SaferNet Brasil / AI Accountability Network) compartilharam métodos e experiências para investigar sistemas de IA e seus impactos, sob mediação da diretora da Abraji Ana Carolina Moreno.

No mesmo horário, a sessão "IA e o Jornalismo Investigativo: como distinguir o real do sintético na era digital" reuniu a advogada Fernanda Maia (Leonardi Advogados), Juliana Felippe (Tools for Humanity) e Marcelo Queiroz (Serasa Experian), com mediação de Rita Wu, para discutir os limites e responsabilidades do uso da IA na verificação e produção de conteúdos.

Ainda na manhã do dia 11, Marco Tulio Pires (Google News Lab Brasil) conduziu, na Sala Victor Civita, a palestra "NotebookLM: técnicas avançadas para jornalistas", apresentando ferramentas para potencializar investigações com o auxílio da IA.

À tarde, o tema ganhou aprofundamento com a mesa "Algoritmo e autoritarismo: investigando o viés por trás dos LLMs", com Leonardo de Carvalho (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) e Thallita Lima (CESeC), mediada por Tatiana Dias (Intercept Brasil), trazendo reflexões sobre vieses e riscos democráticos embutidos nos modelos de linguagem.

No mesmo período, o Teatro ESPM recebeu líderes de redações brasileiras para debater "O papel das grandes redações na condução do jornalismo com inteligência artificial". Camila Marques (Folha de S.Paulo), Cláudia Croitor (g1), Eurípedes Alcântara (Grupo Estado) e Luiza Baptista (GLOBO), mediadas por Katia Brembatti (Estadão Verifica / Abraji), discutiram estratégias, políticas editoriais e os dilemas éticos da adoção da IA nas redações.

A programação do dia ainda contou com a oficina prática "Descubra na prática como criar pautas com dados jurídicos públicos usando o Jusbrasil", com Iasmin Lantyer, Peagá Oliveira e Victor Jacó Lopes, demonstrando como a tecnologia pode auxiliar na apuração jornalística.

Encerrando a trilha, no dia 12 de julho, a palestra "Inteligência Artificial Geral: dominando conceitos e narrativas" reuniu Claudia Báez (Newsroom AI Catalyst), Jonathan Soma (Universidade de Columbia) e Pedro Burgos, novamente com mediação de Ana Carolina Moreno. O painel explorou conceitos fundamentais da IA, narrativas sobre seu impacto social e perspectivas para o futuro da tecnologia no jornalismo.

Com essas atividades, o evento conseguiu abordar sob diferentes perspectivas como a inteligência artificial vem transformando o jornalismo, desde a investigação de algoritmos até a aplicação prática de ferramentas para apuração e produção de notícias. Ao reunir especialistas de múltiplas áreas, a trilha mostrou que compreender o funcionamento, os limites e as implicações éticas da IA é fundamental para que jornalistas possam utilizá-la de forma responsável.A cobertura completa, realizada pela Redação-Laboratório da Oboré, está disponível em www.congressoabraji.wordpress.com, com matérias que reúnem os principais destaques das atividades.

 

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