Coalizão em Defesa do Jornalismo repudia declarações de senador sobre o caso Dom e Bruno

A Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor) vem a público repudiar veementemente as recentes declarações do senador Omar Aziz (PSD-AM), que, em suas falas públicas, minimizou de forma irresponsável os assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, em 5 de junho de 2022, na Amazônia, atribuindo-os a contendas pessoais iniciadas pelas vítimas, e desconsiderando as investigações realizadas pela Polícia Federal.

As declarações do senador distorcem os fatos e ferem a memória de Dom e Bruno, vítimas de um crime brutal que, como evidenciado pelas investigações oficiais, teve como motivo a atuação de ambos em defesa da Amazônia, dos povos indígenas e do jornalismo ambiental. A conclusão do inquérito policial, que apontou a responsabilidade de pessoas envolvidas no tráfico de drogas e na exploração ilegal de recursos naturais, é um avanço importante no caminho para a justiça.

É inaceitável que autoridades públicas usem a tribuna para reduzir um crime tão grave a uma "desavença pessoal", ignorando a dimensão dos ataques aos direitos humanos e à liberdade de imprensa. Essas declarações não apenas desrespeitam as vítimas e suas famílias, mas também descreditam o trabalho das autoridades que realizaram a investigação.

A CDJor reafirma a necessidade urgente de maior proteção para jornalistas, especialmente aqueles que cobrem temas sensíveis como questões ambientais, direitos dos povos indígenas e a preservação da Amazônia. O trabalho de jornalistas como Dom Phillips e de defensores como Bruno Pereira não pode ser deslegitimado. Ao contrário. É essencial que o Estado brasileiro promova políticas públicas de segurança que garantam a integridade e a liberdade dos profissionais de imprensa, especialmente nas regiões mais vulneráveis e de grande risco.

A Coalizão em Defesa do Jornalismo segue vigilante, apoiando o trabalho dos jornalistas e exigindo que a liberdade de imprensa seja respeitada e protegida, e que aqueles que difundem informações de interesse público não se tornem alvos de violência.
 

Coalizão em Defesa do Jornalismo (CDJor), 6 de novembro de 2024