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Cinco dicas para escrever uma boa narrativa jornalística

Publicado em 22 de fevereiro de 2016, por Valentina Gimenez, no site do IJNET. 

Alberto Salcedo Ramos, um jornalista que ensina jornalismo narrativo, define cronista como “Alguém que investiga como um jornalista e escreve como um escritor.”

Ramos participou de uma entrevista em vídeo sobre métodos para jornalistas, organizada pela Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano, a FNPI, para celebrar o dia do jornalista na Colômbia (9 de fevereiro).

A IJNet reuniu estas cinco dicas de Salcedo:

Quando a história começa a se repetir, a sua investigação está pronta. Salcedo disse que sabe quando fez toda sua pesquisa -- o suficiente para começar a publicar -- quando a evidência fornecida pelas pessoas envolvidas começa a se repetir.

Tenha um começo forte. As primeiras frases definem o tom do artigo. "Você tem que encontrar um começo potente, com força suficiente para definir as coordenadas da viagem em que estará levando os leitores", disse o jornalista.

Salcedo recomendou evitar "rodeios" na história e, ao invés disso, começar com um foco forte que cause um grande impacto nos leitores.

Atenha-se aos fatos. "A realidade é tão rica, tão complexa e mágica que não há necessidade de acrescentar qualquer coisa", disse ele. "Os jornalistas ruins, aqueles que não investem tempo em pesquisa, são como atletas despreparados. Atletas que não treinam adequadamente pagam o preço durante a corrida," ele disse. "Se trabalharmos em um projeto ambicioso de reportagem, a própria realidade se enriquece diante dos nossos olhos. Não há necessidade de inventar nada", acrescentou.

Use narrativa em primeira pessoa, mas não abuse. Salcedo lembrou que durante seus dias de universidade muitos professores queriam "banir com um chicote o uso da primeira pessoa". Ele disse que acredita que a primeira pessoa deve ser usada em uma história sempre que for "justificado."

"Não se trata de citar a mim mesmo por vaidade, mas de uma maneira que minha presença irá enriquecer a história, fornecendo novas informações ou a adição de credibilidade que não seria possível a menos que estivesse claro que o jornalista teve experiência de primeira mão", disse ele.

Leia muito para melhorar seu vocabulário. Para Salcedo, a única maneira de evitar clichês é ler muito. Ter um vasto vocabulário de ideias e linguagem para utilizar irá enriquecer todas as matérias que você escreve. Quando você vê uma história com um monte de clichês, é prova de que a pessoa que escreveu não lê o suficiente, disse ele.

Assista ao vídeo inteiro da entrevista (em espanhol) aqui.

Este artigo foi publicado originalmente na Rede de Jornalistas Internacionais (IJNet, em inglês). A IJNet oferece as notícias mais recentes sobre inovação de mídia no mundo, aplicativos e ferramentas de notícias, oportunidades de treinamento e dicas de especialistas para jornalistas profissionais e cidadãos em todo o mundo. Produzida pelo Centro Internacional para Jornalistas, a IJNet acompanha o cenário em mudança do jornalismo de uma perspectiva global em sete idiomas: árabe, chinês, inglês, português, russo e espanhol. Siga a IJNet no Twitter e Facebook e assine o boletim semanal gratuito da IJNet.

Assinatura Abraji