• 26.09
  • 2016
  • 14:01
  • Abraji

Chega a 300 o número de violações contra jornalistas em coberturas de protestos

A Abraji concluiu nesta segunda-feira (26.set.2016) a apuração do 300º caso de violação contra jornalistas durante a cobertura de manifestações. No domingo retrasado (18.set.2016),  o fotógrafo André Lucas Almeida, do coletivo C.H.O.C Documental, cobria uma manifestação na av. Paulista, em São Paulo, quando foi agredido com um golpe de cassetete por um PM.

André conseguiu registrar com sua câmera o instante exato em que o PM desferiu o golpe.

A agressão contra Almeida foi o 109º caso de violação cometido por agentes de segurança do Estado de São Paulo contra jornalistas desde que a Abraji iniciou o levantamento, em junho de 2013. O fotógrafo foi a um distrito policial registrar a agressão, que lhe rendeu um ferimento no braço, e terminou constrangido pelo delegado, que ironizou a presença de uma advogada no momento do depoimento.

 

 

Leia também: MP-SP realiza audiência pública para ouvir relatos de repórteres agredidos pela PM.

No Brasil, policiais, guardas municipais, guardas legislativos e seguranças privados foram responsáveis por 224 violações. Além de agressão com cassetete, há casos de ataques com bombas de gás, bombas de efeito moral, balas de borracha, spray de pimenta e mesmo atropelamentos com viaturas e motocicletas. Também há registros de ameaças, destruição de equipamento e detenção. O fotógrafo Sergio Silva perdeu a visão de um dos olhos por causa de um tiro de bala de borracha em São Paulo.

Além dos 224 ataques à imprensa protagonizados por agentes de segurança, houve 75 ocasiões em que os agressores foram manifestantes. Há registros de intimidação contra equipes em passagens ao vivo, ataque com jatos de vinagre nos olhos e a trágica morte de Santiago Andrade, atingido pela explosão de um rojão no Rio de Janeiro.

Há um caso em que o repórter ferido não soube apontar o agressor.

Durante a apuração, a Abraji pergunta aos jornalistas atingidos se a agressão foi intencional (ou seja, se o profissional estava identificado e o agressor o atacou a despeito - ou por causa - disso). Dos 300 ataques registrados, 206 foram classificados como intencionais - desses, 145 perpetrados por agentes de segurança.

A Abraji disponibiliza para download neste link a planilha com detalhes de todos os 300 casos de violações: data, nome do repórter, nome do veículo, descrição do caso, agressor e se o ataque foi intencional ou não.

 

 

Assinatura Abraji