• 27.02
  • 2007
  • 11:22
  • Belisa Figueiró

Chávez ataca repórter do G1 em coletiva

O correspondente em Caracas do G1, portal de notícias da Globo em São Paulo, foi atacado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante uma entrevista coletiva,  no dia 24 de fevereiro, no Palácio Miraflores. A Globo não confirma o nome do repórter, mas as matérias do G1 são assinadas por Pablo López Guelli. Chávez disse ao jornalista que ele corria "um grave risco" ao questionar a liberdade de expressão no país, já que "não conhece a Venezuela, está chegando agora e é audaz ao estar emitindo opiniões". Antes mesmo do repórter ser sorteado e fazer sua pergunta, o presidente afirmou que ele era “bem-vindo como cidadão sul-americano”, mas que o jornal “O Globo não era”.

O repóter questionou o presidente baseando-se em dois acontecimentos recentes: uma manifestação em apoio a um comediante que foi condenado pela Justiça a pagar US$ 19.600 (cerca de R$ 40 mil) por ter escrito uma carta no jornal local “Tal Cual”, em que citava a filha de Chávez. E o segundo, sobre a decisão da administração federal de não renovar a permissão de uso da freqüência à Radio Caracas Televisión, uma das mais antigas do país, e que faz oposição ao governo.

O presidente respondeu que no país há “liberdade de expressão até em excesso”. Sobre o comediante, afirmou que foi uma decisão judicial com a qual ele não estaria envolvido e que não daria explicações sobre a não concessão à rádio. No ataque ao jornal O Globo, Chávez também disse que os proprietários pertencem à “pior espécie da extrema-direita” e que há anos atuam contra a integridade da Venezuela, do povo venezuelano e contra ele.

Nelson González Leal, assessor de comunicação e política da Embaixada da Venezuela no Brasil, disse que não sabia do ocorrido, mas afirmou que nenhum jornalista corre riscos no país, sejam eles estrangeiros ou venezuelanos. Segundo ele, pode ter havido excesso dos dois lados, tanto do jornalista quanto do presidente, durante a entrevista.

Assinatura Abraji