Caso da morte do promotor argentino Alberto Nisman será tema de painel durante o 10º Congresso de Jornalismo Investigativo

Jorge Lanata, um dos maiores nomes do jornalismo argentino, vem ao Brasil para participar do painel “O caso Nisman e jornalismo investigativo na Argentina”, que acontece no dia 3 de julho, das 16h às 17h30,  durante o 10º Congresso da Abraji.

“Lanata é o maior jornalista da Argentina - um país vizinho, com o qual temos tanto em comum. Ouvi-lo é um prazer e uma fonte de informação inesgotável”, afirma Daniela Pinheiro, repórter da revista piauí, que vai fazer a moderação do painel do argentino.

Colunista do Clarín, o jornalista é apresentador do DDT, programa televisivo que aborda notícias atuais da Argentina, e encabeça o Periodismo para Todos, tratando de temas ligados ao jornalismo investigativo, atualidades e entrevistas políticas.

Na palestra, Lanata mostra as facetas que envolvem a morte do promotor Alberto Nisman, e conta sobre os desafios de fazer jornalismo investigaitvo em um país onde a circulação de informações é truncada.

O caso Nisman

O promotor Alberto Nisman morreu no começo de 2015, poucos dias depois de apresentar uma denúncia contra a presidente Cristina Kirchner e o ministro das relações exteriores Héctor Timerman. A acusação era de que houve acobertamento, por parte de Cristina e de Timerman, dos iranianos acusados de cometer o atentado em frente à Associação Mutual Israelita Argentina em 1994.

Nisman, investigador do caso desde 2004, afirmava ter escutas que comprovavam que Kirchner e Timerman haviam assinado o Memorando de Entendimento Irã-Argentina, acordo que velava a busca pelos suspeitos, devido a interesses próprios - segundo o promotor, “para saciar interesses comerciais, políticos e geopolíticos da República argentina.”

A hipótese oficial é de que o promotor se suicidou, mas existem organizações e veículos que descartam a possibilidade, e acreditam que Nisman foi assassinado. É o caso, por exemplo, de Damian Pachter, jornalista que deu o furo da morte do promotor através do Twitter, e a ex-mulher de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado.

Lanata, experiente em investigações no país, também acredita que a morte de Nisman está ligada com o governo argentino. “Lanata levantou hipóteses e evidências sobre alterações da cena do crime e durante as investigações - o que é muito importante num lugar onde a polícia, a imprensa e as instituições em geral estão sob cerceamento do governo”, explica Daniela.

Valores

Desconto para grupos

Como em edições passadas, a Abraji oferece um desconto especial para grupos com 6 ou mais pessoas. O abatimento é de cerca de 17% do valor do ingresso de cada participante, mas o pagamento de todo o grupo deverá ser feito de uma só vez, via boleto bancário ou depósito em conta corrente. Entre em contato pelo [email protected].