• 19.10
  • 2012
  • 14:40
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Brasileiros conquistam primeiro e segundo lugares na Colpin 2012

Equipe brasileira recebe o Prêmio Latino-americano de Jornalismo Investigativo, concedido pelo Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS, na sigla em espanhol) e Transparência Internacional. O prêmio foi entregue durante a Colpin (Conferencia Latino-americana de Periodismo de Investigacion), em 13 de outubro em Bogotá, na Colômbia.  O trabalho vencedor foi “O patrimônio e as consultorias que derrubaram Palocci”, escrita pelos jornalistas Andreza Matais, José Ernesto Credendio e Catia Seabra, da Folha de S.Paulo, que culminou com a queda do primeiro ministro Antonio Palocci.

A série de reportagens é, segundo o IPYS, uma clássica lição de jornalismo investigativo. A partir de um dado dito por uma fonte, a equipe descobriu um processo de enriquecimento ilícito que, 20 dias depois da publicação, levou o ministro a renunciar. Os autores receberam um prêmio de US$15 mil, ficando à frente de outras 208 reportagens inscritas, publicadas nos meios impresso, rádio, televisão ou internet, vindas de 19 países latino-americanos.

Brasileiros também conquistam segundo lugar
O segundo lugar também coube a brasileiros, com a série “Meninos Condenados”, do jornal Zero Hora, de José Luis Costa e Adriana Irion. Durante vários anos, os jornalistas reconstruíram a história de cada um dos 162 adolescentes que foram detidos pela Fase, instituto para menores infratores do Rio Grande do Sul. Vários morreram violentamente e quase todos reincidiram na vida de delitos. 

A vencedora do terceiro lugar foi uma série de reportagens “La Pesca Negra”, de Milagros Salazar, IDL Reporteros, do Peru. A série apresenta um esforço inédito de combinar uma extensa base de dados, reportagem de rua e consulta a documentos. Revelou um sistema falido de auditoria de uma indústria pesqueira poderosa no Peru, a segunda maior do mundo,que permite suspeitas e discrepâncias multimilionárias nos relatórios de pesca, prejudicando assim os pescadores do país.

Duas menções honrosas e vitória no júri popular
A reportagem "Holocausto Brasileiro", da jornalista mineira Daniela Arbex, foi eleita pelo voto de todos os presentes como a melhor investigação da Conferência em 2012. A série de reportagens sobre o hospital psiquiátrico de Barbacena também recebeu uma das 13 menções honrosas concedida pelo júri. Outra reportagem brasileira, "Os Segredos do Itamaraty", de Rubens Valente, também recebeu menção honrosa. 

Abaixo, a lista completa das 13 menções honrosas

“Segredos do Itamaraty”, Rubens Valente, Fernanda Odilla e João Carlos Magalhães – Folha de S.Paulo (Brasil)
“Holocausto Brasileiro”. Daniela Arbex - Tribuna de Minas Gerais (Brasil)
“El caso Schoklender”, de Daniel Santoro, Nicolás Pizzi, Luciana Geuna, Lucio Fernández Moores, Omar Lavieri e Rodolfo Lara - Clarín (Argentina).
“El maestro Mehir”. Sergio Carreras - la Voz del Interior (Argentina).
“El negocio de la educación superior”. Verónica Torres, Gregorio Riquelme e Juan Andrés Guzmán - Ciper (Chile)
“El hombre que manejaba medio país desde la cárcel”. Luz María Sierra e Luis Ángel Murcia - Semana (Colombia)
“La Mina de Rivas”. José Adán Silva e Luis Manuel Galeano - El Nuevo Diario (Nicaragua).
“El yacimiento de la familia presidencial”. Moisés Martínez e Octavio Enríquez - La Prensa. (Nicaragua)
“Las tierras de Juan Hombrón”. Lina Vega, Santiago Cumbrera e Ereida Prieto-Barreiro - La Prensa. (Panamá)
“El caso Irán Venezuela”. Laura Castillo, Fabiola Zerpa, David González e Angel Zambrano - El Nacional. (Venezuela)
“La mala hora de los corredores de bolsa”. Corina Rodríguez - Bloomberg (Venezuela)
“Cedulas de identidad a la cubana”. Adriana Rivera - El Nacional (Venezuela)
“Trampas Eléctricas”. Cesar Batiz - Ultimas Noticias. (Venezuela)

Brasileiros foram destaque também em 2011
Ano passado, os brasileiros também receberam o prêmio principal da Colpin. James Alberti, Gabriel Tabatcheik, Karlos Kohlbach e Katia Brembatti, da Gazeta do Povo e RPC-TV, foram premiados pela série Diários Secretos, que descobriu revelou um esquema milionário de desvio de recursos públicos na Assembleia Legislativa do Paraná.

Assinatura Abraji