- 16.01
- 2020
- 12:45
- Mayara Paixão
Liberdade de expressão
Acesso à Informação
Bolsonaro produziu 60% dos ataques à imprensa registrados pela Fenaj em 2019
O ano de 2019 registrou um aumento de 54% no número de agressões a profissionais da imprensa e descredibilização dos veículos de comunicação quando comparado a 2018. No total, foram registrados 208 casos de violência. Os dados são do “Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa – Ano 2019”, lançado nesta quarta-feira, 16.jan.2020, no Rio de Janeiro.
Organizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o documento revelou que os principais autores das agressões são políticos, responsáveis por 144 das ocorrências (69,23%). Sozinho, Jair Bolsonaro (sem partido) é responsável por mais de 80% dos casos. O presidente atacou a imprensa e jornalistas 121 vezes, segundo consta no levantamento.
De acordo com a Fenaj, os números atuais alteram o cenário que se mantinha desde 2013. Ao longo do período, agentes da polícia, guardas municipais e cidadãos estavam entre os principais agressores.
As agressões
Entre os tipos de violação à liberdade de imprensa registrados, o principal foi descredibilização da imprensa, com 114 dos casos (54%). Em seguida, aparecem ameaças e intimidações, com 28 dos episódios (13,5%).
Agressões físicas e verbais, censura, injúria racial, impedimento ao exercício profissional e violência contra a organização sindical também estão entre os indicadores das violências notificadas.
Dois assassinatos foram registrados, ambos no município de Maricá (RJ). Os jornalistas Robson Giorno e Romário da Silva Barros foram assassinados a tiros e os casos ainda estão sendo investigados.
O perfil
O Sudeste aparece com 44 dos casos notificados — a maior parte —, seguido por Centro-Oeste (18), Sul (15), Nordeste (11) e Norte (6). As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e o Distrito Federal foram os territórios com mais agressões notificadas.
Em relação ao tipo de mídia no qual trabalham os profissionais vítimas das agressões, o relatório mostra a televisão com 35 dos casos. Em seguida está o jornal, com 33.
No site da Federação, é possível acessar os relatórios dos anos anteriores.