Basília Rodrigues fala de cobertura política na Live da Abraji
  • 06.07
  • 2020
  • 07:00
  • Abraji

Formação

Basília Rodrigues fala de cobertura política na Live da Abraji

A 12ª Live da Abraji sobre jornalismo e covid-19 recebe Basília Rodrigues, repórter especial e comentarista de política da CNN Brasil. A entrevista, marcada para a próxima terça-feira, 07.jul.2020, às 21h, é comandada por Adriana Barsotti, diretora da Abraji. Em pauta, o cotidiano da cobertura do Palácio do Planalto na crise sanitária, os meandros do jornalismo político e a transição do rádio para a televisão.

Jornalista há 12 anos e dona de dois Troféus Mulher Imprensa por seu trabalho como repórter de rádio e agora na televisão, Rodrigues diz que em tempos de mudanças na profissão e integração de redações, não existe mais o repórter de uma mídia só. “Você pode ter mais aptidão, claro, para fazer uma coisa. Mas precisa estar preparado para tudo”, defende.

Para a comentarista da CNN Brasil, sua atenção com o conteúdo - independentemente do tipo de mídia - é o diferencial. Hoje, ela conta que “muito assunto sério tem passado por mensagens de texto ou ligações. Sinto falta de marcar café, mas nos adequamos aos tempos de crise.”

Ainda assim, Rodrigues continua a ir ao Palácio do Planalto quase todos os dias e a máscara se tornou seu instrumento de primeira necessidade. “Mesmo que possa atrapalhar a fala no vídeo, pior seria estar sem ela. Isso causaria uma repulsa imediata das pessoas com quem preciso conversar presencialmente, desde colegas de trabalho a fontes”, explica. Ela também lembra que, “uma vez na entrada do Congresso, o segurança não me cobrou a credencial, mas a máscara sim.”

Em um lugar de prestígio como comentarista de política, a jornalista diz que chegar a essa posição como uma mulher negra é uma luta diária, mas recompensadora. “Quanto mais trabalho, mais tenho certeza que preciso aprender mais. Trata-se de uma construção e que bom saber que posso inspirar outras pessoas”, afirma.

“Essas pessoas também me inspiram. Tenho recebido mensagens muito legais. Ah, uma dica importante: eu não respondo a mensagens agressivas e/ou sem sentido de internet. Como a política me ensinou: não bato palmas para doido dançar”, complementa.

Rodrigues revela que nunca quis fazer radiojornalismo ou trabalhar em frente às câmeras. “Minha meta sempre foi trabalhar com o que gosto, ser feliz e fazer diferença para quem acompanha meu trabalho”, diz se referindo a sua paixão pelo jornalismo político. 

A repórter especial e comentarista da CNN já teve reportagens publicadas por diversos veículos e iniciativas, como Jota, Congresso em Foco, Gazeta do Povo, TV Brasília, Correio Braziliense e Metrópoles. Além disso, Rodrigues publicou um especial do Unicef sobre vulnerabilidade social entre jovens.

“Comecei em rádio na cobertura de Brasília, pela Câmara Legislativa e o governo local, onde estive em pautas sobre a divisão de forças dentro de um parlamento, a tramitação de leis, o funcionamento de CPI, por exemplo. Das primeiras experiências partem a noção de como proceder em um ambiente de maior escala, como o Congresso Nacional. Tenho 12 anos de Jornalismo, e boa parte deles dedicados ao Planalto, o Congresso e o Poder Judiciário. Não importa onde você esteja, existem algumas premissas do Jornalismo que se repetem seja política, economia, cidades. Conquistar a confiança da fonte, ir além do declaratório e ser organizado com sua rotina ajudam em todos os lugares”, conta Basília.

Nas semanas anteriores, o espaço virtual das lives da Abraji teve a participação de Ana Lucia Azevedo (O Globo), Raull Santiago (Coletivo Papo Reto), Kátia Brasil (Amazônia Real), Vinícius Assis (correspondente brasileiro na África), Ciara Carvalho (Jornal do Commercio), Tai Nalon (Aos Fatos), Ruben Berta (Blog do Berta), Milton Jung (CBN) e Catarina de Angola (Angola Comunicações), Miriam Leitão (Grupo Globo) e Mauro Pimentel (AFP). A íntegra das conversas está disponível no Instagram.

O Programa Tim Lopes de Proteção aos Jornalistas, desenvolvido pela Abraji, também organizou três lives sobre os desafios de fazer jornalismo na fronteira, os 18 anos do assassinato de Tim Lopes e estratégias de segurança digital para profissionais da imprensa.

Assinatura Abraji