• 04.03
  • 2005
  • 09:24
  • MarceloSoares

Banco de Dados reúne 13 grupos de fraudadores da Previdência

O banco de dados sobre o crime organizado da Abraji identificou no último ano 13 grupos que fraudavam a Previdência Social no Brasil. A primeira dupla foi registrada em março de 2004, com a prisão de um agente administrador do INSS e um representante de escritório de contabilidade em Osasco, São Paulo, acusado de ajudar no esquema de desvio de dinheiro público. O último grupo teve 23 pessoas identificadas pela Polícia Federal, presas em 18 de fevereiro de 2005 na “operação Caronte”, no Pará.

Na soma das quadrilhas, a PF prendeu ou confirmou publicamente a investigação de 96 pessoas ligadas a crimes envolvendo as contribuições recolhidas pelo INSS, desvio de dinheiro e cobrança de propinas. Desse total, 34% eram funcionários públicos de prefeituras, secretarias ou do INSS. Apesar de serem raras as informações sobre a quantidade desviada de dinheiro, o total atual chega a R$ 192,4 milhões, além de bens como 30 automóveis e 7 imóveis.

O arquivo fecha a primeira semana de março com 1.303 nomes e já inclui os nomes dos investigados, presos e foragidos da PF no caso da freira Dorothy Stang, morta 12 de fevereiro em Anapu (PA). Nos últimos dias também foi atualizada a situação, na Justiça, de Antônio Oliveira Claramunt, o Toninho Barcelona, doleiro investigado pelo envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro e comercialização de sentenças judiciais descoberto pela Operação Anaconda. Toninho Barcelona foi condenado no dia 22 de fevereiro a 10 anos, 2 meses e 22 dias de prisão. Outros seis parceiros do doleiro foram condenados, na mesma data, a 14 anos de prisão, mas recorrem da decisão em liberdade.

Disponível apenas para sócios da Abraji na seção Biblioteca, o banco de dados é atualizado pela monitora Carolina Hungria e oferecido em arquivos para os programas Access e Excel. Ele inclui dados sobre indivíduos presos ou acusados de envolvimento com o crime organizado, com informações distribuídas pela Polícia Federal e, em alguns casos, veículos brasileiros de comunicação.

Como a fonte das inclusões na base de dados é a PF ou o noticiário dos jornais, é importante lembrar que decisões judiciais posteriores podem alterar o status dos incluídos. A maioria ainda não recebeu condenação definitiva. Verifique antes de usar.

Vale lembrar que os registros do BD da Abraji não têm representatividade estatística (ao menos por enquanto) para se fazer inferências sobre o crime organizado e o tráfico no país.

Nosso objetivo é que os jornalistas que passem a usar o BD ajudem a Abraji a melhorá-lo, complementando as informações e incluindo novos registros. Caso você tenha utilizado o banco de dados para fazer alguma reportagem, envie-a para nós e o caso será divulgado em nosso website.

Dúvidas e sugestões podem ser encaminhadas para Carol Hungria ([email protected]), para o diretor de CAR da Abraji, José Roberto de Toledo ([email protected]), ou para o gerente executivo da associação, Marcelo Soares ([email protected]).
Assinatura Abraji