Ataque cibernético apaga cobertura de trabalho escravo da Repórter Brasil

Ataques ​virtuais ​ao site da organização sem fins lucrativos Repórter Brasil estão apagando, desde a semana passada, partes de reportagens ​produzidas pela ONG ​sobre trabalho escravo no Brasil. Os invasores também alteraram links, direcionando leitores a páginas fora do site da ​organização, e danificaram ​seu​s e-mails profissionais.

Essas invasões se somam a outros ataques que a Repórter Brasil sofreu no passado: desde ações judiciais censurando a cobertura de resgates de trabalhadores em situação análoga à escravidão até ameaças​ a um de seus coordenadores, o jornalista Leonardo Sakamoto. ​​A Repórter Brasil já comunicou o caso ao Ministério Público Federal e ao relator especial das Nações Unidas para defensores de direitos humanos.​

A Abraji condena os ataques e cobra que ​as ​autoridades​ competentes​ identifiquem ​rapidamente ​todos os envolvidos na ação​ e aplique as sanções cabíveis​. A invasão em curso destrói informação jornalística e interrompe o trabalho dos repórteres da ONG. É ​um atentado, portanto, à liberdade de expressão e ao direito à informação.

Diretoria da Abraji, 21.set.2015

Atualizado às 18h de 21/09/2015: o caso foi comunicado ao relator especial das Nações Unidas para defensores de direitos humanos, não ao relator para a liberdade de expressão como anteriormente divulgado.

Atualizado às 15h de 22/09/2015: expressão "Ataque hacker" do título foi substituída por "Ataque cibernético". O termo hacker não é adequado para definir ataques a dados e informações; a palavra define aqueles que se dedicam a conhecer em detalhes o funcionamento de um sistema (inclusive suas falhas, para identificá-las e corrigi-las).