• 05.06
  • 2013
  • 15:07
  • Cleyton Vilarino

Assassinato de jornalista no Vale do Aço (MG) completa 90 dias sem solução

No dia 8 de março Rodrigo Neto, repórter policial no Vale do Aço, foi assassinado quando saía de um bar no bairro de Canaã em Ipatinga, Minas Gerais. Dois homens armados em uma moto dispararam três vezes contra Neto, dois tiros o acertaram. Pouco mais de um mês depois, em 14 de abril, Walgney Carvalho, colega de trabalho de Neto, também era assassinado da mesma forma: um homem em uma moto o executou com dois disparos, um deles na cabeça. Noventa dias depois, o primeiro caso ainda não foi solucionado.

Em 14 de abril, o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais Cylton Brandão da Matta descartou a possibilidade de existência de um grupo de extermínio e anunciou mudanças em todo o comando da corporação na região do Vale do Aço. Na ocasião, Brandão revelou que policiais civis e militares podem estar envolvidos na morte dos dois jornalistas e outros 15 assassinatos na região.

Ao todo, nove suspeitos de envolvimento na morte dos dois jornalistas foram presos até o momento, três deles durante uma operação em que a Polícia Civil cumpriu doze mandados de busca e apreensão em maio. Desde então, nenhum avanço nas investigações foi divulgado pela Polícia Civil e, até o momento, nenhum suspeito foi levado indiciado. Desde o início, os casos estão sendo investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Belo Horizonte, que evita divulgar informações sobre o andamento do caso para não atrapalhar o trabalho dos investigadores.  

Logo após morte de Rodrigo Neto, em 19 de março, a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, visitou o Vale do Aço para uma audiência pública com o delegado responsável pelo caso, representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais. Na ocasião, Maria do Rosário disse que pediria a presença da Polícia Federal nas investigações. Consultada sobre a demora nas investigações, a Secretaria dos Direitos Humanos informou que a investigação continua e que deverá haver uma audiência pública nas próximas semanas.


Assinatura Abraji