- 09.05
- 2018
- 10:01
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Liberdade de expressão
ARTIGO 19 lança relatório sobre violações contra comunicadores em 2017
Levantamento da ONG ARTIGO 19 lançado no último 3.mai.2018 mostra que houve 27 casos de violações graves contra comunicadores no país em 2017. O relatório "Violações à Liberdade de Expressão" é publicado anualmente há seis anos.
Foram 21 ameaças de morte, quatro tentativas de assassinato e dois homicídios. Houve uma pequena redução em comparação a 2016, que registrou 31 violações, mas o número ainda é alto em relação a outros países, segundo a ONG.
Uma análise inédita do relatório buscou cruzar a ocorrência das violações com os dados existentes no “Atlas da Notícia”, uma iniciativa do Projor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo e do VoltDataLab que mapeia os jornais impressos e online de todo o Brasil. O resultado mostrou que quase a metade das violações ocorreu no chamado “deserto de notícias”, classificação empregada às cidades que não possuem nenhum veículo de imprensa periódico.
“Esse complexo cenário de hostilidade e violência em regiões já pouco atendidas por veículos de comunicação contribui para um processo de autocensura de comunicadores locais, intensificando ainda mais o problema”, segundo o relatório.
O Nordeste registrou a maior parte dos casos, com 56% do total. Na divisão estadual, o Ceará ficou em primeiro lugar, com sete das 27 violações, incluindo os dois homicídios registrados. No recorte por tamanho de cidade, o padrão segue o mesmo em relação aos últimos anos. A grande maioria das violações (69%) se deu em cidades pequenas, com menos de 100 mil habitantes, enquanto que as cidades médias (entre 100 e 500 mil habitantes) registraram 23% dos casos. Já nas cidades grandes (mais de 500 mil habitantes) aconteceram 8% das ocorrências apuradas.
Os agentes públicos e políticos são suspeitos de terem atuado como executores ou mandantes das violações em 70% dos casos. Na análise das motivações que levaram às violações, a realização de denúncias foi a mais comum (67% dos casos), seguido pela emissão de críticas e opiniões (26%) e a realização de investigações jornalísticas (7%).
Com informações da ARTIGO 19