• 14.05
  • 2015
  • 16:11
  • IJNet

Aplicativo "Salama" pretende ajudar jornalistas a se manterem a salvo

Durante sua bolsa do Knight Center, o especialista em segurança Jorge Luis Sierra está desenvolvendo ferramentas colaborativas de mapeamento para rastrear crimes, corrupção e ataques contra jornalistas. Ele também está criando um mecanismo para ajudar repórteres a avaliar seus riscos digitais e físicos.

Em uma entrevista para o ICFJ, Sierra falou sobre o Salama, um aplicativo de avaliação de risco que ele está criando para ajudar jornalistas e blogueiros a trabalharem de forma mais segura.

 

Como o aplicativo funciona?

Salama foi inspirado em anos de observação de jornalistas que foram atacados porque, entre uma série de motivos, cobriram de temas sensíveis em áreas de risco sem adotar protocolos de segurança. Esse aplicativo ajuda jornalistas e blogueiros a avaliarem seus níveis de risco ao formular várias de questões sobre a segurança do profissional. Dependendo de suas respostas, recebem uma nota numa escala de 20 a 100 - 20 indicando baixo risco e 100 significando que seu nível de risco é extremamente alto. 

Baseado em suas respostas, o aplicativo também dá retorno imediato sobre o que se pode fazer para aumentar a segurança. Isso inclui links para manuais online, tutoriais e outros materiais de treinamento que eu desenvolvi  ao longo dos anos como um bolsista do Knight.

Que passos foram dados para a criação do aplicativo até agora?

Dois anos atrás eu criei uma avaliação on-line similar para agregar dados que poderiam ajudar jornalistas a medir seus níveis de risco. Ao analisar as respostas e preparar o retorno aos participantes, encontrei um desafio particular: eu demorava dias, às vezes semanas, para determinar as notas e mandar mensagem para todos os jornalistas que responderam ao levantamento. Então, comecei a pensar sobre a possibilidade de convidar um desenvolvedor para me ajudar a escrever um código para a plataforma e produzir uma resposta automática, dependendo de cada avaliação individual. Desse modo, eu poderia ajudar imediatamente jornalistas que participaram da pesquisa e lhes fornecer conselhos.

Eu encontrei um excelente parceiro no PeaceTech Lab, cujo especialista Derek Gildea ficou muito entusiasmado em me ajudar a desenvolver as respostas automáticas. O resultado dessa colaboração é o Salama.

Como você escolheu o nome Salama?

Salama é uma palavra árabe que significa “segurança”, “seguro” ou “de uma maneira segura”. É o que as pessoas dizem umas às outras quando elas estão indo viajar. Salama é uma única palavra, fácil de aprender e um nome chiclete para um aplicativo.

Quando ele será lançado?

Nós temos um protótipo do aplicativo, e estamos testando no México, Nicarágua e Guatemala, aperfeiçoando a ferramenta. Também estamos prestes a lançar uma versão árabe e curda no Iraque em parceria com a PeaceTech Lab, a Iraq Foundation e a Iraqi Journalists Rights Defense Association.

Quem vai usar esse aplicativo?

Jornalistas, blogueiros e defensores dos direitos humanos podem usar esse aplicativo, assim como membros da sociedade civil que estão usando a internet e  ferramentas digitais para fornecer informações valiosas aos cidadãos. Por enquanto eu estou alvejando México, Guatemala, Nicarágua, Honduras, Peru, Colômbia, Iraque e Paquistão. Você pode acessar o aplicativo de qualquer computador, tablet ou smart phone, independente de seus sistemas operacionais.

Quais são seus próximos passos?

O próximo passo é lançar o aplicativo, fazer parcerias, visitar países e treinar jornalistas e blogueiros para ter certeza que eles vão fazer proveito dessa novar ferramenta.

Assinatura Abraji