• 15.06
  • 2012
  • 14:20
  • Karin Salomao

Andy Carvin fala sobre o uso do twitter para coberturas jornalísticas

Andy Carvin, gerente sênior na National Public Radio (NPR) e um dos maiores especialistas em uso das mídias sociais pelo jornalismo, estará no 7° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo para falar sobre sua experiência na palestra “A Revolução (não) será tuitada”. O Congresso acontece de 12 a 14 de julho em São Paulo, no campus Vila Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi (r. Casa do Ator, 275).

Carvin organiza comunidades on-line desde 1994. Fundou e coordenou o Digital Divide Network, um grupo virtual de mais de 10 mil ativistas em 140 países. Em 2005, ele começou a se interessar pelo potencial da tecnologia de celulares para o jornalismo cidadão, imaginando “o que aconteceria se várias pessoas com celulares conectados a internet usassem seus telefones para documentar um processo em tempo real, trazendo informação ao público”.

Carvin cunhou a palavra “mobcasting” para essa mobilização via celular. A palavra brinca com os termos “mobile podcasting” e “smart mobs”, termo de Howard Rheingold para descrever grupos coordenados através da tecnologia digital. Apesar de a palavra não ter caído no gosto popular, a ideia de jornalismo cidadão feito por telefones móveis se espalhou.

Chegou inclusive a diversas redações pelo mundo, ainda que de forma heterogênea. “A maior parte dos veículos da mídia tradicional, se não todos, tem uma presença digital simplesmente porque sua audiência está crescendo no on-line”, diz Carvin. O uso que esses veículos fazem das mídias sociais também varia bastante. Alguns usam simplesmente para promover o conteúdo, enquanto outros engajam os leitores para melhorar as reportagens.

O aumento do uso de celulares com acesso a internet, como smartphones, torna mais fácil para as pessoas documentarem e divulgarem eventos e notícias. Carvin cita a Primavera Árabe: “centenas de indivíduos espalhados pelo mundo árabe usaram o Twitter e outras ferramentas para documentar os protestos e atos de violência contra os ativistas. Isso não seria sequer possível há dez anos”.

Ele diz que tornar o público engajado nas reportagens, seja outros jornalistas, leitores ou seguidores, é o grande triunfo de coberturas em tempo real pelos celulares ou mídias sociais. “Provavelmente há centenas de jornalistas inscritos no Twitter, mas eles usam [a rede social] de formas bem diferentes. Eu uso para colaborar com os meus seguidores”, diz. 

Durante a Primavera Árabe, Carvin trabalhou com seus seguidores atuando como tradutores, checadores de fatos, pesquisadores etc. Eles procuravam sotaques em vídeos ou identificavam traços da paisagem para saber onde o vídeo tinha sido gravado. Pesquisavam rumores, tanto para derrubá-los quanto para confirmá-los. “O Twitter está cheio de pessoas de todo o mundo, muitas das quais são especialistas em diferentes assuntos. Se você os encorajar a trabalhar com você, sua reportagem se torna mais poderosa do que seria se você tivesse feito sozinho”, afirma.

Grandes nomes do jornalismo brasileiro como Eliane Brum, Juca Kfouri, Elvira Lobato, Míriam Leitão, Eduardo Faustini, Roberto Cabrini, Dorrit Harazim, Marcelo Tas, André Trigueiro, Lourival Sant’Anna, Fernando Mitre, Ascanio Seleme, Erick Bretas e Sérgio Dávila estão confirmados na programação. Também participam os integrantes da diretoria da Abraji e convidados internacionais vindos dos Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, Paraguai, México, Colômbia e El Salvador.

O Congresso terá a participação de estudiosos e especialistas como Claudio Weber Abramo (Transparência Brasil), Guilherme Canela (UNESCO), Gil Castello Branco (Contas Abertas), Mauro Paulino (Datafolha), Márcia Cavallari (IBOPE) e o neurocientista Sidarta Ribeiro.

 

7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo

Quando: 12, 13 e 14 de julho de 2012

Onde: São Paulo - Universidade Anhembi Morumbi - campus Vila Olímpia - unidade 7 (Rua Casa do Ator, 275)

Inscrições: http://bit.ly/7Congresso

Assinatura Abraji