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Ameaçado de morte, Mauri König pode ter que deixar o País

Publicado em 21 de dezembro de 2012 em Jornalistas&Cia

O repórter da Gazeta do Povo Mauri König estava, até o fechamento desta edição, trancado em local incerto de Curitiba, com a esposa e o filho de três anos, guardado por dois seguranças, pois nesta 2ª.feira (17/12) foi novamente ameaçado de morte por causa de reportagens que fez denunciando corrupção na Polícia Civil do Paraná. Segundo ele, cinco homens teriam sido contratados para metralhar a sua casa. “Entre amanhã [19/12] e 5ª.feira terei de deixar o Paraná, e muito provavelmente o País”, disse Mauri a J&Cia.

Nesta 3ª, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado no Paraná (Gaeco/PR) instaurou processo para tentar identificar os autores e as razões dos telefonemas com ameaças aos profissionais do jornal. Em entrevista ao portal Terra, o promotor Leonir Batisti, chefe do Gaeco/PR, disse que os números telefônicos foram identificados e repassados pela direção da Gazeta do Povo.

As ameaças ocorreram no mesmo dia em que o jornal publicou reportagem informando sobre uma suposta promoção funcional de delegados da Polícia Civil do Paraná que estariam sendo investigados em sindicância interna por presumido uso indevido de veículos oficiais para fins pessoais. Em nota, o Conselho da Polícia Civil negou a informação do jornal (veja íntegra da matéria em http://migre.me/cr4KV). A Abraji, da qual também é diretor, emitiu nota denunciando as ameaças e pedindo providências às autoridades (http://www.abraji.org.br/?id=80).

Não é a primeira vez que Mauri, o segundo jornalista mais premiado do País em 2012 pelo Ranking J&Cia, enfrenta esse tipo de situação. Suas matérias investigativas muitas vezes contrariam interesses e se transformam em ameaças desse tipo, que acabam envolvendo inclusive a família. Triste coincidência: há exatos 12 anos, em 19/12/2000, no Paraguai, ele foi espancado quase à morte por três homens, um deles vestido com a farda da Polícia Nacional do país. Estava investigando o recrutamento ilegal de adolescentes para o serviço militar no Paraguai.

 

Assinatura Abraji