• 15.09
  • 2010
  • 14:56
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Afiliada da Record no Amapá afirma ter sido vítima de atentado

 

A TV Marco Zero, afiliada da rede Record em Macapá (AP), foi invadida por três homens na noite da sexta-feira, 3. Segundo comunicado da emissora, os homens renderam um segurança e entraram no prédio anunciando um assalto. Em seguida, agrediram funcionários da empresa, pegaram uma das diretoras como refém e destruiram móveis e objetos, além de atearem fogo na sala da superintendência e em alguns documentos.

De acordo com a emissora, os agressores diziam aos funcionários que uma empresa de jornalismo não deveria se envolver com política. Um colaborador do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE/AP), que prefere não se identificar, também se encontrava no interior da emissora e foi tratado com violência, segundo a assessoria de comunicação do TRE/AP. Os três proprietários da TV Marco Zero disputam as eleições deste ano.

"A liberdade de imprensa está sendo cerceada à bala, o grupo de jornalistas que faz parte da Record Macapá está indignado. (...) É lamentável, que em uma cidade aparentemente pacata, ainda exista pessoas desta natureza. (...) Repudiamos este ato violento", afirma a TV Marco Zero na nota. Segundo a emissora todas as providências foram tomadas. As autoridades do Estado foram acionadas.

A Polícia Civil do Amapá abriu inquérito para investigar o crime. Agentes da Polícia Técnico-científica (Politec) realizaram a perícia no local e constataram que nenhum objeto foi levado.

Em entrevista ao portal Terra, o apresentador do programa “Balanço Geral”, exibido pela emissora, Gilvan Barbosa,  disse acreditar que seu programa tenha sido um dos alvos do que intitulou de “atentado”. Ele não estava no prédio no momento do incidente, mas afirmou que vem recebendo ameaças há vinte dias, e que na sexta-feira, pouco antes de seu programa ir ao ar, teria recebido uma ligação pedindo que ele "não falasse de política".

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) condenou o atentado. Em nota, o presidente Emanuel Soares Carneiro afirmou que, atos como este, que buscam impedir a divulgação de informações de interesse público, devem ser rechaçados por todos aqueles que defendem a liberdade de expressão como um dos fundamentos de uma sociedade democrática. Ele disse ainda que, a Abert espera apuração rigorosa da Polícia Civil e da Polícia Federal, que já trabalham no caso.

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas do Amapá também divulgaram nota em repúdio ao atentado. “O ato é lamentável e remonta aos tempos da repressão da ditadura militar. Uma barbárie tão grave contra a liberdade de imprensa que não tem mais sentido e espaço dentro do Estado democrático de direitos”, diz a nota assinada pelo jornalista Volney Oliveira, Presidente do Sindjor-AP e Vice-presidente Regional da Fenaj.

 

Assinatura Abraji