• 21.08
  • 2014
  • 11:56
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Acusados de matar jornalista e radialista Valério Luiz devem ir a júri popular

No último dia 13, a 2ª Vara Criminal de Goiânia decidiu que os cinco acusados do assassinato do radialista e jornalista esportivo Valério Luiz irão a júri popular. O profissional foi executado em julho de 2012 por um homem em uma motocicleta, após sair da Rádio Jornal 820 AM.

De acordo com o juiz Lourival Machado da Costa, que assina a decisão, o processo tem evidências consistentes da autoria do crime.

O advogado Valério Luiz de Oliveira Filho, filho do jornalista, considera a decisão "um grande passo". Para ele, "é como se a Justiça estivesse nos dizendo que os elementos presentes no processo são, sim, suficientes pra submeter os réus a julgamento".

O tabelião e ex-vice-presidente do Atlético Goianiense Maurício Sampaio, apontado como o mentor do crime, é réu por homicídio qualificado mediante pagamento ou promessa de recompensa. Ele teria encomendado a morte de Luiz por causa das críticas que o jornalista fazia ao time de futebol.

Um dos seguranças de Sampaio, o policial militar Ademá Figueiredo também responde por homicídio qualificado, acusado de ser o autor dos disparos que mataram Luiz. Será aplicado ainda o agravante por emboscada e assassinato sem chance de defesa à vítima.

Os outros três acusados de participação no crime - Djalma Gomes da Silva, também policial militar; Urbano de Carvalho Malta, motorista; e Marcus Vinícius Pereira Xavier, açougueiro - serão julgados por coautoria.

Xavier, que segundo a acusação forneceu a moto, o capacete e a arma usados no assassinato do radialista, estava foragido até o último dia 7, vivendo na Europa. Foi capturado pela polícia portuguesa e o pedido de extradição está em análise no Ministério da Justiça.

Recursos podem prejudicar processo

Os acusados têm até esta sexta-feira (22) para recorrer contra o envio do caso a júri popular. Oliveira Filho diz que o julgamento desses possíveis recursos "é um momento crucial". De acordo com ele, se o Tribunal de Justiça alterar a decisão de primeira instância e não mandar algum dos réus a júri, não restam muitas possibilidades de recurso em tribunais superiores. 

Em visita à Abraji em maio deste ano, Oliveira Filho demonstrou preocupação com a interferência que os contatos de Mauricio Sampaio enquanto tabelião possam ter no TJ.

Federalização do caso

Segundo Oliveira Filho, alguns juízes do STJ (Superior Tribunal de Justiça) estiveram em Goiânia no mês passado avaliando peças do processo para decidir sobre o deslocamento do caso para a Justiça Federal, solicitado pelo ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel. Até o momento, Jorge Mussi, ministro responsável pela decisão, não se manifestou.

Assinatura Abraji