• 28.02
  • 2007
  • 08:22
  • Belisa Figueiró

Acusado de matar radialista continua preso

A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus ao policial militar Tairone Pereira. Segundo o site Última Instância, os ministros do STJ entenderam que a prisão preventiva do policial está fundamentada na garantia da ordem pública. Pereira foi preso em dezembro de 2005, acusado de participar da morte do radialista e vereador José Cândido de Amorim Filho, no dia 1º de julho daquele ano, no município de Carpina, em Pernambuco.

Em primeira instância, ao decretar a prisão preventiva do policial, o juiz ressaltou o fato de ter sido assassinada uma das testemunhas da acusação, o que acorreu cerca de vinte dias após ela ter prestado depoimento no inquérito policial. Segundo ele, recai sobre o policial e sobre os demais participantes no crime a suspeita de autoria do novo crime, como meio de intimidação das demais testemunhas.

Filho trabalhava na Rádio Comunitária Alternativa e foi assassinado no estacionamento do seu trabalho. Ele foi abordado por Pereira e por outros dois homens, todos policiais militares, por volta das 6h40 e levou 20 tiros. Os assassinos conseguiram fugir numa motocicleta.

Amorim era conhecido por denunciar casos de corrupção no governo. Ele chegou a fazer denúncias contra o prefeito da cidade, Mandel Botafogo, e o deputado Antônio Moraes. Ambos estavam supostamente envolvidos em casos de corrupção. Amorim já tinha sofrido ameaças em maio de 2005, quando dois homens atiraram contra seu carro.

A deputada Carla Lapa participou de um programa na Rádio Folha e acusou Moraes e Botafogo de serem os mandantes do crime. O caso foi denunciado, entre outras entidades, pela ONG Repórteres sem Fronteiras e a Federação Nacional dos Jornalistas.

 

Assinatura Abraji