- 17.01
- 2012
- 15:46
- Marina Iemini Atoji
Acusado de assassinar jornalista é condenado à prisão perpétua
A dois dias do aniversário de 5 anos da morte do jornalista turco-armênio Hrant Dink, a Justiça da Turquia condenou à prisão perpétua um dos acusados de participar do assassinato. Dink ficou conhecido por seus artigos no periódico Agos, em que tratava do massacre de armênios por turcos no início do século XX.
Yasin Hayal foi condenado por planejar a morte de Dink. É o segundo envolvido que recebe punição pelo crime: em julho de 2011, o ultranacionalista Ogün Samast (com 17 anos, à época do crime) foi condenado a 22 anos e 10 meses de prisão.
Os advogados da família do jornalista sustentavam a tese de que o assassinato havia sido realizado por uma organização com ligações na polícia, no Exército, no serviço secreto e no crime organizado. A Justiça, no entanto, concluiu que o crime foi cometido por várias pessoas, mas que elas não compunham uma organização. Ao todo, foram levantados 19 suspeitos.
Histórico de intimidações
Em 2005, Dink chegou a ser suspenso por seis meses - a Justiça entendera que ele havia difamado a nacionalidade turca em um de seus artigos. Além da condenação, o editor sofria constantes ameaças por parte de nacionalistas. Finalmente, em 19 de janeiro de 2007, ele foi atingido por tiros perto de seu local de trabalho, em Istambul.
Genocídio armênio
O editor tocava em um assunto até hoje sensível ao governo turco: entre 1915 e 1917, cerca de 1,5 milhão de armênios foram mortos ou obrigados a sair do território onde hoje se localiza a Turquia (então parte do Império Otomano).
Embora a Organização das Nações Unidas (ONU) tenha reconhecido o evento como um genocídio em 1985, o governo turco questiona a existência do massacre. Segundo as autoridades do país, as mortes foram provocadas por combates da I Guerra Mundial e durante deportações.
Com informações da EFE e da BBC. Foto: Open Democracy