31.08
2012
15:04
Clarinha Glock

Acervo de vídeos do canal Impunidade é fonte de debates nas universidades

Os vídeos com a cobertura completa das discussões realizadas durante o seminário "Jornalismo de Risco no Brasil: Tim Lopes 10 anos depois", disponíveis na Internet, são uma fonte preciosa de informações e experiências que podem ser debatidas nas salas de aulas das faculdades de Jornalismo. Realizado em 31 de maio e 1º de junho de 2012, no Rio de Janeiro, o seminário organizado pelo projeto Impunidade da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/RJ) colocou em pauta os desafios do exercício do jornalismo no Brasil.

"Este é um tema que deveria ser debatido nas universidades", observou a jornalista Angelina Nunes, de O Globo e diretora da Abraji, que mediou o primeiro painel sobre os diferentes tipos de riscos relacionados a questões éticas, falta de treinamento e pressão das empresas. Vera Araújo (O Globo, Rio de Janeiro), Ruy Sposati (Altamira, Pará), Candido Figueredo (Pedro Juan Caballero, Paraguai), e Francisco Evanildo Queiroz (radialista da Rádio Vale do Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Ceará) falaram sobre estratégias usadas para difamar ou ameaçar os jornalistas, autocensura e impunidade dos crimes.

No segundo vídeo da série, Suzana Blass, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do RJ, Marcelo Moreira, representante da Abraji e do International News Safety Institute (INSI), e Ricardo Trotti, diretor de Liberdade de Imprensa da SIP debateram o que podem e devem fazer as empresas para prevenir riscos a suas equipes. O painel foi mediado pelo jornalista Audálio Dantas, que comparou os riscos sofridos atualmente com os da época da ditadura, quando ele era presidente do Sindicato dos Jornalistas e encabeçou a luta para provar o assassinato do jornalista Vladimir Herzog pelo regime militar. Michael Camilleri, especialista em Direitos Humanos da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), apresentou os Modelos Jurídicos Interamericanos em matéria de Prevenção, Proteção e Luta contra a Impunidade.

No terceiro vídeo, o jornalista João Antônio Barros (O Dia) se uniu a Sposati, Figueredo e Queiroz na discussão sobre formas de proteção. Ele mostrou exemplos do dia-a-dia da redação no Rio de Janeiro. A professora e diretora da Abraji Luciana Kraemer denunciou as deficiências do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos no qual poderiam ser incluídos jornalistas em risco.

O quarto e último vídeo aborda os limites para se obter uma boa imagem, em uma conversa franca e aberta mediada pelo fotógrafo Antonio Scorza (AFP). O painel apresentou as dificuldades e dúvidas enfrentadas pelos repórteres cinematográficos e fotográficos, principalmente após a morte de Tim Lopes. Participaram Domingos Peixoto (O Globo), Daniel Andrade (Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro - ARFOC), Bira Carvalho (Imagens do Povo/Observatório de Favelas), Guillermo Planel (documentarista, RJ), e Bruno Quintella (filho de Tim Lopes e jornalista).

Seminário Jornalismo de Risco no Brasil: Tim Lopes 10 anos depois

Abertura

Primeiro Painel - Por que morrem os jornalistas no Brasil

Segundo Painel - O que podem e devem fazer as empresas para proteger seus jornalistas

Terceiro Painel - O que os jornalistas devem fazer para se proteger

Quarto Painel - Limites para obter uma boa imagem

Outros videos

A impunidade nos crimes contra jornalistas aparece também em outros vídeos da SIP:

Jornalismo de Risco no Rio

Cobertura em Área de Conflito

Onde estão os mandantes?

No Mexico