• 30.04
  • 2007
  • 12:38
  • -

Abraji seleciona primeiras 'Boas histórias'

 A Abraji selecionou as primeiras reportagens que serão apresentadas no painel “Boas histórias, boas reportagens”, durante o 2º Congresso de Jornalismo Investigativo, a ser realizado no dias 17, 18 e 19 de maio, em São Paulo. As inscrições estão abertas até o dia 14 de maio. Clique aqui para ver como se inscrever.

 

Leia o resumo das matérias já selecionadas:

  

1. REPÓRTER(ES): Eduardo Faustini

VEÍCULO: Fantástico (TV Globo)

RESUMO: O jornalista vai apresentar os bastidores de diversas reportagens investigativas que levou ao ar no Fantástico. Uma delas é o caso de Osvaldo Pereira, 45 anos, candidato ao governo de Goiás pelo PSL, em 2006, que vendeu o horário eleitoral do partido dele por mais de R$ 1 milhão. “Eu sou o dono do partido”, disse Pereira. “Comprei o partido.” Clique aqui para ler a transcrição da matéria. Faustini também irá contar a história da reportagem que denunciou a existência de diversos falsos atestados de óbito no Rio. Para comprovar como funcionava o esquema, o repórter providenciou o enterro de um boneco e conseguiu o laudo de sua morte. Clique aqui para ler a transcrição da matéria. O jornalista irá apresentar, ainda, os bastidores da reportagem especial sobre os documentos queimados na Base Aérea de Salvador e outras.

 

2. REPÓRTER(ES): Jos van Dongen (Vara - Zembla - Holanda)

VÍDEO-DOCUMENTÁRIO: Turismo sexual de holandeses no Brasil

RESUMO: O documentário está dividido em duas partes. Uma delas, gravada em Fortaleza (CE), destaca um holandês que se orgulha, na frente da câmara escondida, de explorar já durante uns 15 anos meninas menores de idade. A segunda parte destaca um grande caso de pornografia infantil em Novo Friburgo (RJ) com envolvimento de dois marinheiros holandeses e um fotógrafo canadense e as ações das autoridades holandesas para que os eles não cumprissem sua pena no Brasil (nem na Holanda aliás). O pedófilo filmado em Fortaleza está preso. O caso dos marinheiros deu origem a um escândalo político na Holanda, em que até um cônsul foi substituído. Um marinheiro foi condenado por um outro caso e o fotógrafo foi preso, há poucos meses, no Canadá.

 

3. REPÓRTER(ES): Klester Cavalcanti

LIVRO: “O Nome da Morte”

RESUMO: O livro é a biografia real de um matador de aluguel chamado Júlio Santana. Esse é o nome verdadeiro do homem e ele já matou exatamente 492 pessoas em 35 anos de trabalho como pistoleiro de aluguel. Klester passou sete anos conversando com o Júlio por telefone, sempre tendo conversas de uma hora de duração ou mais. Essas conversas aconteciam, em média, uma vez por mês, durante esses sete anos (de 1999 a 2006). Ele nunca teve outra profissão na vida, a não ser matador. Somente no início do ano passado, o Júlio concordou que seu nome real fosse publicado.Segundo o autor, todos os episódios relatados são histórias que ele conseguiu confirmar com outras fontes e/ou documentos. Por exemplo: Júlio contou ter participado da captura do deputado José Genoino, em 1972, na época da Guerrilha do Araguaia. Ele também atuou muito no garimpo de Serra Pelada e matou gente em diversos estados do Brasil, inclusive São Paulo e Paraná, mostrando que ele não atuava apenas no Norte do país.

 

4. REPÓRTER(ES): Fábio Vasconcellos e Carla Rocha

JORNAL/REVISTA: O Globo (RJ)

TÍTULO: Série “O Milagre da Multiplicação”

RESUMO: Depois de amplo levantamento sobre uma lista das 10 mil obras divulgadas no balanço de seis anos e meio de duas administrações do estado do Rio, a série de reportagem mostrou que o controle dos gastos públicos no Brasil continua sendo um grande desafio e que a publicidade oficial pode ser fraudada. A série “O milagre da multiplicação” começou a ser publicada em 19 de março de 2006 e revelou a verdade sobre apresentação de contas das gestões de Anthony e Rosinha Garotinho (dois ex-governadores, casados) que havia incluído obras que sequer tinham sido feitas, como uma escola inacabada, hospitais degradados mas exibidos como tendo passado por reformas e ruas nunca pavimentadas na Baixada Fluminense, uma das áreas mais pobres do Rio.

 

5. REPÓRTER(ES): Maiá Menezes, com colaboração de Dimmi Amora, Carla Rocha e Leila Youssef

JORNAL/REVISTA: O Globo (RJ)

TÍTULO: Só muda o endereço (As ONGs de Garotinho)

RESUMO: Desde o começo do processo de disputa interna do PMDB, fez parte da pauta da editoria Nacional no Rio identificar de que forma estavam sendo captados recursos para as viagens do ex-governador pelo país, em busca dos votos dos convencionais do partido. Anthony Garotinho, na primeira vez em que foi perguntado, informou que divulgaria os dados na internet. As primeiras informações, no entanto, davam conta apenas do volume de recursos arrecadados.A reportagem levou Garotinho a uma reação dramática: doze dias de greve de fome, em que se expôs a uma espécie de Big Brother nacional, na sede do partido. De lá, incitava militantes contra a imprensa. O ex-governador deixou a sede do partido oito quilos mais magro, em uma ambulância do governo do estado,rumo a um hospital, para tomar soro. Enfraquecido no PMDB, mesmo antes da greve, ele perdeu a disputa interna do partido e não concorreu a qualquer cargo nas eleições de 2006. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as empresas doadoras, por suspeita de falsidade ideológica.

 

6. REPÓRTER(ES): Bruno Moreschi

JORNAL/REVISTA: Carta Capital (SP)

TÍTULO: Amantes da terra proibida

RESUMO: Em Setembro de 2006, na região La Paragua, a 800km de Caracas, um grupo do exército da Venezuela tentou expulsar garimpeiros de uma Área de Proteção Ambiental. Houve confronto. Seis garimpeiros foram assassinados, dois brasileiros. Nos garimpos ilegais de ouro na Venezuela, a notícia assustou os brasileiros que já sofriam com o trabalho duro. O conflito nos garimpos gerou um desentendimento entre os Ministérios das Relações Exteriores do Brasil e da Venezuela. O repórter foi a Boa Vista, onde começou a apuração com ajuda do colega Renan Antunes de Oliveira e uma prostituta brasileira que trabalhava em alguns garimpos e conhecia muito a região. Apurou que os brasileiros haviam sido assassinados porque haviam poluído um rio e, após a recusa de saírem do local, entraram em conflito com os militares. Outros brasileiros continuam ali, em uma situação tensa e bastante ignorada pela imprensa brasileira.

 

7. REPÓRTER(ES): Eduardo Auler

JORNAL/REVISTA: Extra (RJ)

TÍTULO: Série “Adeus, Futuro”

RESUMO: A série de reportagem "Adeus, Futuro" teve início com a constatação de uma grave distorção na rede de ensino do Estado do Rio de Janeiro. A proposta era analisar uma estatística oficial sobre a taxa de abandono escolar no sistema de educação administrado pelo governo estadual, um universo de 1.673 unidades com 1,3 milhão de alunos. Uma análise inicial revelou dados impressionantes: o índice de abandono praticamente não variou em oito anos, no período de 1998 a 2005, estacionando em15%. Ou seja, mais de 172 mil estudantes haviam abandonado os estudos em 2005.

 

8. REPÓRTER(ES): Cláudio Ribeiro, Demitri Túlio, Flávio Pinto, Luiz Henrique

JORNAL/REVISTA: O Povo (Fortaleza-CE)

TÍTULO: Banco Central, o assalto do século

RESUMO: Desde o primeiro dia de cobertura, o primeiro repórter enviado ao local deu logo a dimensão de que ocaso era algo muito maior do que mais um furto a banco. Naquele momento, o jornal deslocou vários repórteres e editores. Criou-se uma "editoria" para o episódio. Por vários dias, tornou-se manchete inevitável. O jornal foi acampo e localizou, nos primeiros dias do caso, a casa onde a quadrilha fez festa e recheou seus carros com o dinheiro furtado. Nem a Polícia sabia dessa informação. No interior cearense, na cidade vizinha à da maioria dos integrantes do bando, O POVO descobriu a história do homem que deixou cair cédulas (muitas notas de 50 reais) de dentro da roupa ao subir num moto-táxi. Era mais dinheiro levado da caixa-forte do BC. O Povo também conseguiu, em primeira mão,o nome (provavelmente falso) de "Paulo Sérgio de Souza". Ele foi o único homem do grupo que chegou a mostrar o rosto a todos, sem hesitação,enquanto a quadrilha escavava o túnel. Foi mais uma informação que não dependeu de fontes oficiais da polícia. Foi trabalho de rua dos repórteres.

 

9. REPÓRTER(ES): Fábio Gusmão e Marco Antônio Martins

JORNAL/REVISTA: Extra (RJ)

TÍTULO: Desvios da caserna

RESUMO: O Extra descobriu onde estavam escondidos parte de um arsenal roubado da Aeronáutica. Dois fuzis HK-33, estavam em poder dos traficantes do Morro do Dendê, na Ilha do Governador. A investigação comprovou ainda que outros desvios de armas e munição mantidos em sigilo pelas Forças Armadas, ocorreram num período de dois anos. Além disso, através de um levantamento minucioso dos casos investigados,comprovamos que o índice de militares identificados e/ou punidos em função do desvio de armamento e munição era muito baixo.

 

10. REPÓRTER(ES): Cristiane Silveira, Júlio Pedrosa, Antonio Ximenes, Neuton Corrêa, Mazé Mourão, Joana Queiroz, Síntia Maciel, Ana Célia Ossame, Márcia Guimarães, Cláudia do Valle, Gerson Severo e Omar Gustmão

JORNAL/REVISTA: A Crítica (Manaus-AM)

TÍTULO: Série Seqüestro-relâmpago Caso Adzângela

RESUMO: Por cerca de 20 dias, o jornal A Crítica divulgou várias reportagens onde acabou levantando, com investigações dos jornalistas, a suspeita de que um acusado pelo crime de seqüestro-relâmpago e tentativa de assassinato de uma mulher e sua filha não seria o criminoso. O homem apresentado à imprensa menos de 72 horas depois do crime era inocente e foi acusado injustamente pela polícia civil, na pressa de mostrar culpados num crime de grande repercussão na cidade.

 

11. REPÓRTER(ES): Caio Junqueira Franco

JORNAL/REVISTA: Valor Econômico (SP)

TÍTULO: Alckmin via sensibilidade social em Médici

RESUMO: Alckmin deixou o governo de São Paulo para concorrer ao Planalto, mas nunca havia sido abordado qual era seu posicionamento político nos anos 70, se havia de alguma forma combatido o regime militar como seus correligionários tucanos e adversários petistas. O repórter apurou com pessoas que se relacionaram com o político nos anos 70, para saber como era sua atuação política: amigos da faculdade, companheiros na Câmara dos vereadores, e seus dois secretariados como prefeito. Vasculhou ainda arquivos da Câmara Municipal e da Prefeitura de Pindamonhangaba, atrás da agenda de governo do então vereador e prefeito.

 

Estão abertas as inscrições para o congresso. Clique aqui para ver a grade completa de programação e se inscrever. O custo para o profissional sócio da Abraji (em dia com a anuidade) será de R$ 80,00 e para profissional não sócio, R$ 200,00. Estudantes sócios (também em dia) pagarão R$ 40,00 e não sócios, R$ 110,00. A inscrição no congresso valerá como uma anuidade da Abraji para os não sócios – ou seja, ao se inscrever no evento, o profissional ou estudante já se tornam sócios automaticamente.

Assinatura Abraji