• 02.10
  • 2016
  • 10:10
  • Abraji

Abraji repudia ação da PM-RJ contra jornalistas

Atualizações:

2.out.2016, 15h31: inclusão de que Ferro foi alvo de mais de três tiros e ficou sob a mira de fuzil

3.out.2016, 11h47: inclusão de Carlos Coutinho (coletivo Papo Reto) entre os atingidos

A Abraji repudia com veemência a ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro contra quatro profissionais da imprensa no último sábado (1º.out.2016) durante desocupação na Favelinha da Skol, na capital fluminense.

Rene Silva, fundador e editor-chefe do jornal “Voz da Comunidade” e seu irmão Renato Moura, fotógrafo, foram detidos quando registravam a ação da PM na Favelinha sob o pretexto de desacato  e desobediência. Antes de algemar Silva, um policial apreendeu o celular com que o jornalista fazia a transmissão ao vivo da prisão do colega Moura. Após algumas horas na 45ª DP, ambos foram liberados e serão investigados por desobediência e invasão de propriedade particular.

Também cobrindo a desocupação, o repórter de O Globo Maurício Ferro foi alvo de pelo menos três tiros. Três policiais militares dispararam contra o jornalista (um deles apontou-lhe um fuzil), ao perceber que Ferro filmava o abuso e as agressões que cometia contra um morador da comunidade. O repórter escapou correndo e não se feriu. 

Carlos Coutinho, repórter fotográfico, foi atingido por dois tiros de bala de borracha após ser identificado como membro do Coletivo Papo Reto.

É extremamente grave que a Polícia Militar do Rio de Janeiro tenha atentado contra a liberdade de imprensa e violentado o direito à informação. O equipamento de um jornalista nunca pode ser apreendido, sob nenhuma hipótese. A vida de um profissional de comunicação não pode ser colocada em risco. São práticas inaceitáveis em um Estado democrático.

A Abraji exige a identificação dos responsáveis por tais violações e a aplicação da punição adequada. A impunidade apenas serve de endosso a ilegalidades como essas.

Diretoria da Abraji, 2 de outubro de 2016.

Assinatura Abraji