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Abraji faz 10 anos e destaca Lei de Acesso como uma de suas principais conquistas
Publicado em 28 de novembro de 2012, no Portal Imprensa.
Luiz Gustavo Pacete
O ano era 2002 e os jornalistas brasileiros, ainda de luto, indignavam-se com o assassinato de Tim Lopes. Nessa circunstância, “em um momento trágico do jornalismo brasileiro”, surgiu a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). As palavras são do jornalista Fernando Rodrigues, um dos diretores da entidade, ao receber o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa, em agosto de 2012.
À época, o principal objetivo da Abraji era unir jornalistas em torno de princípios que defendessem a profissão. A ideia surgiu do professor Rosental Calmon Alves, brasileiro que trabalha na Universidade de Austin, no Texas. Segundo a diretoria da entidade, outra premissa é defender o jornalismo de qualidade. “Esta defesa é tanto maior quanto mais independência a Abraji tem, e tanto melhor quanto mais eficiência é empregada no trabalho cotidiano da associação”.
Um dos principais cuidados da Abraji é manter sua independência, o que faz com que a contribuição de seus associados seja a principal fonte de financiamento. “Além disso, desde sua fundação, a entidade elege diretorias heterogêneas, compostas por repórteres e editores de diferentes regiões e de diferentes veículos de comunicação”.
Em dez anos, a entidade capacitou mais de 5 mil jornalistas e estudantes. Realizou 133 eventos, 7 congressos, 19 seminários, 55 cursos presenciais e 43 on-line. O principal evento, o 7º Congresso da Abraji, em 2012, reuniu quase mil participantes. Outro papel fundamental da entidade do jornalismo brasileiro é discutir e conscientizar sobre procedimentos de segurança para jornalistas.
Outra bandeira importante defendida pela entidade foi a aprovação da Lei de Acesso. “A Abraji lidera o Fórum de Direito de Acesso, coalizão de 25 entidades da sociedade civil, e trabalhou desde sua fundação pela elaboração e aprovação do texto. Também segue lutando pelo direito de acesso a informação – agora que a lei está em vigor, o trabalho é cobrar seu funcionamento célere e capacitar jornalistas a utilizá-la”.
Para os próximos dez anos, a atual diretoria da entidade vê como prioridade seguir defendendo o jornalismo de qualidade, a liberdade de expressão, do direito de acesso e da segurança profissional. “Um novo desafio é ajudar o jornalismo de qualidade a encontrar espaços neste ambiente de mudanças abruptas e de futuro incerto, além de buscar a estabilidade financeira”.